Coordenador de campanha da oposição de Maduro é preso na Venezuela

23/01/2024 as 9:25 pm

O regime venezuelano liderado por Nicolás Maduro continua a intensificar sua repressão à oposição política no país, com a prisão de dois destacados dirigentes do partido Vamos Venezuela em menos de 24 horas. As prisões de Juan Freites, coordenador estadual do Vamos Venezuela no estado de Vargas, e Luis Camacaro, coordenador de campanha da candidata presidencial opositora María Corina Machado no estado de Yaracuy, estão gerando preocupações e condenações tanto internas quanto internacionais.

Ambos os políticos, que desempenham papéis importantes na campanha de Machado, foram detidos sem mandados judiciais, segundo relatos. Eles planejavam participar de um evento em Caracas com a candidata, que venceu as primárias opositoras em outubro de 2023 com um apoio esmagador, recebendo mais de 90% dos votos.

As prisões de Freites e Camacaro agravam as tensões políticas na Venezuela, já que o regime de Maduro enfrenta crescentes críticas e pressões da comunidade internacional devido a alegações de repressão e violações dos direitos humanos. Organizações independentes de direitos humanos no país já denunciaram as prisões como arbitrárias e politicamente motivadas.

María Corina Machado, que está proibida de ocupar cargos públicos por uma decisão judicial do regime, não poupou palavras em sua condenação às prisões, classificando-as como “perseguição política”. Ela rejeitou veementemente as acusações de Maduro de que a oposição conspira contra o regime, chamando-as de “tramassurrealistas e delirantes”. Machado afirmou que Maduro é um “candidato repressor” que recorre à intimidação através de “fuzis e sentenças” para silenciar seus adversários.

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, anunciou na segunda-feira (23) que foram emitidos 14 mandados de prisão contra civis e militares, alegando envolvimento em conspirações contra o regime. Entre os procurados estão ativistas de direitos humanos, jornalistas e opositores que atualmente vivem no exterior. Saab afirmou que 32 pessoas já foram detidas por suposto envolvimento nessas “conspirações”, que teriam ocorrido entre maio e dezembro de 2023.

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Arquivo Agência Brasil

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