“PF quer incriminar sem prova” afirma deputado Alexandre Ramagem

25/01/2024 as 7:04 pm

Nesta quinta-feira (25), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) fez pronunciamentos contundentes em relação a uma operação em curso conduzida pela Polícia Federal (PF). Esta operação investiga alegações de espionagem envolvendo autoridades brasileiras. O período de supostas atividades ilícitas compreende julho de 2019 a março de 2022, durante a gestão do parlamentar como diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem sustenta que a PF está buscando incriminá-lo sem apresentar provas substanciais para fundamentar as acusações.

Na manhã desta quinta-feira, o deputado Ramagem foi alvo de buscas e apreensões em seu gabinete na Câmara dos Deputados e em seu apartamento funcional. Dentre as figuras notáveis que alegadamente foram monitoradas ilegalmente estão o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes; o ministro Alexandre de Moraes, também membro do STF; o ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação, Camilo Santana; e o ex-presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia.

Em uma entrevista concedida à GloboNews, o deputado caracterizou o caso como uma “salada de narrativas destinada a incriminar”.

“Quando eu analiso o que foi feito aqui, essa salada de narrativas para chegar a uma incriminação, eu vejo que o MP [Ministério Público] e o Judiciário foram envolvidos por um núcleo da PF que está querendo sem provas incriminar”, esclareceu Ramagem.

Ele ainda alegou que a PF está agindo em prol do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em vez de atuar em defesa dos interesses do país.

“O que se vê aqui é essa nova Polícia Federal, não de Estado, mas de governo, perseguidora contra policiais que eram responsáveis pelos grandes trabalhos da gloriosa antiga PF”, acrescentou.

O Caso

Agentes da Polícia Federal (PF) desencadearam uma operação na manhã desta quinta-feira (25) com o objetivo de apurar suspeitas de um suposto esquema de espionagem na Agência Brasileira de Inteligência (Abin), que teria monitorado, de maneira ilícita, autoridades públicas e cidadãos comuns. Um dos alvos dessa ação foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).

Batizada de “Operação Vigilância Aproximada”, a ação resultou na execução de 21 mandados de busca e apreensão em diversas localidades. Dos 21 mandados, 18 foram cumpridos em Brasília (DF), um em Juiz de Fora (MG), um em São João del Rei (MG) e um no Rio de Janeiro. A operação desta quinta-feira é uma decorrência da “Operação Última Milha”, que foi deflagrada em outubro de 2023 com o propósito de investigar o suposto uso criminoso da ferramenta denominada FirstMile.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

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