Em janeiro, alimentos mais caros agravam inflação para baixa renda, diz Ipea

20/02/2024 as 10:28 am

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelou na segunda-feira (19) que a inflação de janeiro afetou de maneira mais acentuada as famílias de baixa renda em comparação às de renda média e alta. O estudo “Indicador de Inflação por Faixa de Renda” evidenciou que, enquanto a inflação geral do país foi de 0,42%, as famílias com menor poder aquisitivo enfrentaram índices superiores.

Para os lares com renda mensal domiciliar até R$ 2.105,99, a inflação registrada foi de 0,66%. As faixas de renda subsequente, entre R$ 2.105,99 e R$ 3.158,99, e de R$ 3.158,99 a R$ 5.264,99, também sofreram com taxas inflacionárias acima da média nacional, marcando 0,59% e 0,49%, respectivamente.

Em contrapartida, as famílias com rendimentos mais elevados experimentaram uma inflação abaixo do índice oficial. Aquelas com rendas entre R$ 5.264,98 e R$ 10.529,96 viram seus custos subir apenas 0,37%, enquanto as de faixas ainda mais altas tiveram aumentos de 0,38% e uma notável baixa de 0,04% para os de maior poder aquisitivo.

Alimentos

O Ipea atribui a maior pressão inflacionária sobre os mais pobres ao aumento dos preços dos alimentos, que ocupa uma parcela significativamente maior do orçamento dessas famílias. Em janeiro, o aumento nos preços dos alimentos no domicílio, com destaque para cereais (6,8%), tubérculos (11,1%), frutas (5,1%) e óleos e gorduras (2,1%), foi o principal vetor da inflação para as classes de menor renda.

O impacto desse aumento nos preços dos alimentos representou 0,44 pontos percentuais na inflação das famílias com renda muito baixa, contrastando com 0,14 pontos percentuais nas famílias de renda mais alta, que se beneficiaram adicionalmente da redução de 15,2% nos preços das passagens aéreas e de 10,2% nas tarifas de transporte por aplicativo.

Últimos 12 Meses

Curiosamente, o cenário se inverte quando analisado o acumulado dos últimos 12 meses. Neste período, as famílias de rendas média, média-alta e alta enfrentaram inflações de 4,65%, 4,93% e 5,67%, respectivamente, superiores à média nacional de 4,51%. Já os domicílios com renda muito baixa, baixa e média-baixa registraram índices abaixo do IPCA, com 3,47%, 3,84% e 4,24%, respectivamente.

Segundo o Ipea, os principais fatores de pressão inflacionária no último ano foram os aumentos nos setores de transportes, saúde, cuidados pessoais e habitação, impactados pelos reajustes nas tarifas de passagens aéreas, gasolina, produtos farmacêuticos, artigos de higiene, planos de saúde e energia elétrica.

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil/Arquivo

Em janeiro, alimentos mais caros agravam inflação para baixa renda, diz Ipea

“One” do U2: um hino de unidade em tempos de divisão

Pesquisa Quaest: David Almeida lidera com 36%, seguido por Alberto Neto com 21% dos votos válidos

Justiça suspende perfil de Marçal no Instagram e Moraes o intima devido ao uso da rede social X

PF no Pará apreende R$ 5 milhões em operação contra compra de votos

PF deflagra operação contra distribuição ilegal de gasolina em eleições no AM