64 Milhões de Brasileiros em insegurança alimentar: Norte entre as regiões mais afetadas

25/04/2024 as 2:27 pm

Dados recentes divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelaram uma preocupante realidade para milhões de brasileiros. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), aproximadamente 64,1 milhões de pessoas, correspondendo a uma em cada quatro residências do país, enfrentaram algum grau de insegurança alimentar durante o ano de 2023, primeiro ano do governo Lula.

Essa condição implica viver com a incerteza de ter comida suficiente ou mesmo enfrentar períodos de fome. Dos indivíduos nessas situações, quase 12 milhões enfrentaram sérias dificuldades de acesso à alimentação, enquanto outros 8,6 milhões estiveram à beira da inanição.

Os números da pesquisa revelam que, em 2023, 27,6% dos domicílios brasileiros, o equivalente a 21,6 milhões de lares, vivenciaram insegurança alimentar. Destes, 18,2% estavam em uma situação leve, 5,3% em uma situação moderada e 4,1% em uma situação grave.

Além disso, mais da metade dos domicílios (50,9%) com insegurança alimentar moderada ou grave tinham um rendimento domiciliar per capita inferior a meio salário mínimo.

Um destaque alarmante recai sobre as regiões Norte e Nordeste. Apesar de apresentarem mais da metade dos moradores com acesso pleno e regular aos alimentos, essas regiões foram as mais impactadas pela insegurança alimentar. No Norte, 60,3% dos domicílios enfrentaram essa condição, o que corresponde a cerca de 3,6 milhões de lares. No Nordeste, a proporção foi ainda maior, atingindo 61,2%, ou seja, 12,7 milhões de residências.

Por outro lado, o Sul destacou-se como a região com a maior proporção de domicílios em segurança alimentar, com 83,4%, o que equivale a aproximadamente 9,7 milhões de lares. As regiões Centro-Oeste (75,7%) e Sudeste (77,0%) também registraram números significativos de lares em situação de segurança alimentar.

A pesquisa, realizada pelo IBGE com o apoio do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, utilizou como referencial metodológico a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA), que classifica os domicílios de acordo com o nível de segurança alimentar de seus moradores.

Foto: Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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