Incêndios no Pantanal atingem marca recorde de 3 mil focos

23/06/2024 as 3:51 pm

Os registros de queimadas no Pantanal alcançaram um marco alarmante, totalizando 3.097 focos, conforme dados do sistema BDQueimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento vertiginoso de 2.035% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando foram contabilizados 145 focos.

Para enfrentar a gravidade da situação, o governo de Mato Grosso do Sul solicitou apoio emergencial, resultando no envio iminente de sete aeronaves — quatro do Exército e três do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). Além disso, está prevista a mobilização de 50 homens da Força Nacional para reforçar as operações de combate ao fogo na região.

Jaime Verruck, secretário da Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Desenvolvimento, destacou a importância desse reforço, que inclui duas aeronaves Air Tractor e um helicóptero, solicitados durante reunião recente com o Ministério do Meio Ambiente, em Campo Grande.

A severidade das queimadas deste ano é atribuída às condições climáticas excepcionalmente secas e à baixa umidade relativa do ar típica deste período do ano. A cidade de Corumbá, por exemplo, foi confrontada com uma “muralha de fogo” no horizonte, enquanto densas nuvens de fumaça invadiram as ruas, impactando severamente o ambiente e a saúde pública local.

A área devastada pelas chamas já equivale a três vezes o tamanho da cidade de São Paulo, um indicativo da escala da tragédia ambiental em curso. A operação de combate ao fogo mobiliza atualmente 29 bombeiros militares distribuídos estrategicamente em Porto Conceição, Cáceres e Poconé. Adicionalmente, 170 brigadistas do Ibama e do ICMBio estão em ação no local, com previsão de reforço de mais 300 profissionais nos próximos dias, conforme informado pelo Ministério do Meio Ambiente.

Os recordes anteriores de queimadas no Pantanal foram superados este ano, ultrapassando os picos registrados em 2018 (102 focos) 2019 (894 focos), 2020 (2.426 focos), 2021 (322 focos), 2022 (481 focos), 2023 (145 focos) e 2024 (3.097 focos), marcando um dos anos mais desafiadores.

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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