“Se quiserem acabar com as Forças Armadas, um bom passo é essa reforma” diz General

23/06/2024 as 10:44 pm

No último sábado (22), o general da reserva Fernando José Sant’Ana Soares e Silva, ex-chefe do Estado-Maior do Exército, fez declarações sobre a proposta de reforma na Previdência dos militares, classificando-a como um potencial risco para as Forças Armadas. Em entrevista ao Poder360, o general argumentou que a iniciativa é um “bom passo” para quem deseja “acabar com as Forças Armadas”, se não for tratada com a devida profundidade e consideração pelas particularidades da carreira militar.

Fernando Soares criticou a forma como o tema vem sendo abordado, destacando o uso de dados que, segundo ele, são mentirosos. Para o militar, a discussão atual carece de uma análise mais profunda e honesta das necessidades específicas da profissão militar, alertando que a reforma pode ser prejudicial se não considerar essas características.

O general, que se aposentou em abril de 2024 após cumprir o tempo de carreira estabelecido, viu seu cargo ser assumido pelo general Richard Nunes. Sobre a proposta em discussão, ele ressaltou que a reforma na Previdência dos militares foi defendida pela ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, como uma medida essencial para conter os gastos do governo Lula. No entanto, observou que o governo petista está avaliando diversas opções antes de definir um caminho a seguir.

Dados recentes mostram que, em 2023, o déficit previdenciário dos militares atingiu R$ 49,7 bilhões, um aumento de 3,6% em relação ao ano anterior. Os gastos com benefícios previdenciários alcançaram R$ 58,8 bilhões, enquanto a arrecadação foi de apenas R$ 9,1 bilhões, o que equivale a 15,47% do total financiado pelos contribuintes.

Comparativamente, o Regime Geral de Previdência Social (RGPS) apresentou um déficit significativamente maior de R$ 315,7 bilhões em 2023. Apesar do valor mais elevado, as despesas somaram R$ 904,7 bilhões, com uma arrecadação de R$ 589 bilhões, o que significa que 65% do total foi financiado pelos contribuintes.

Foto: Divulgação/CML/EB

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