Sem acordo com governo Lula, servidores do INNS entram em greve por tempo indeterminado

16/07/2024 as 7:04 pm

Os servidores do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) iniciaram uma greve por tempo indeterminado nesta terça-feira (16). A decisão foi tomada após uma plenária nacional convocada pela Federação Nacional de Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social (Fenasps), realizada no último sábado (13), na qual foram discutidas as reivindicações da categoria.

Entre as principais demandas estão a recomposição das perdas salariais, a valorização profissional e melhores condições de trabalho. A Fenasps havia alertado previamente o Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos sobre a possibilidade de paralisação, e uma nova rodada de negociações está agendada para hoje.

Segundo a entidade, as propostas do governo foram consideradas insuficientes, pois não satisfazem as demandas dos servidores. A greve foi motivada pela insatisfação com a carreira do Seguro Social, especialmente em relação ao aumento do número de níveis e à criação de gratificações, que, segundo os servidores, não compensam as perdas salariais acumuladas nos últimos anos.

A pauta de reivindicações da Fenasps é extensa e inclui desde a reestruturação das carreiras até o reconhecimento da carreira do Seguro Social como típica de Estado. Entre as exigências estão a jornada de trabalho de 30 horas para todos os servidores, independentemente da modalidade de trabalho, e o cumprimento das jornadas estabelecidas por lei. Além disso, a entidade pede o fim do assédio moral institucional e a reestruturação dos serviços previdenciários para garantir melhores condições de trabalho e direitos trabalhistas.

Um ponto adicional de tensão é o prazo iminente para que o INSS se adapte à Instrução Normativa 24 (IN24), o que poderá resultar em maior pressão para o cumprimento de metas, descontos salariais e processos disciplinares para os servidores que não alcançarem as expectativas estabelecidas.

Atualmente, o INSS conta com aproximadamente 19 mil servidores ativos, a maioria composta por técnicos responsáveis pela maioria dos serviços prestados pela instituição, além de 4 mil analistas. Metade dos servidores ainda está trabalhando remotamente, o que adiciona complexidade ao cenário de negociações e impacta diretamente na operacionalização dos serviços oferecidos pelo Instituto.

A Fenasps informou que continuará aberta ao diálogo com o governo, mas ressalta que a greve continuará por tempo indeterminado até que suas demandas sejam devidamente consideradas e atendidas pelo Ministério responsável.

Foto: Agência Brasil

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