PF deflagra segunda fase da Operação Greenwashing no Amazonas e em Rondônia

13/08/2024 as 10:58 pm

A Polícia Federal (PF) deflagrou hoje (13) a segunda fase da Operação Greenwashing, cumprindo cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Manaus (AM) e Porto Velho (RO). Esta etapa foca em indivíduos que possuem bens bloqueados e que estão supostamente envolvidos em práticas de ocultação e dissimulação de valores em nome de terceiros.

A investigação apontou que os envolvidos adquiriram apartamentos avaliados em cerca de R$ 15 milhões e tentaram esconder os fundos realizando rescisão contratual e depositando os valores em contas de terceiros. O objetivo atual é descobrir novas transações ocultas e outros crimes relacionados.

A primeira fase da Operação Greenwashing foi deflagrada em junho, no Dia Mundial do Meio Ambiente, com o intuito de desarticular uma organização criminosa suspeita de comercializar ilegalmente cerca de R$ 180 milhões em créditos de carbono de áreas federais invadidas. Foram expedidos cinco mandados de prisão preventiva e 76 de busca e apreensão em diversos estados, como Rondônia, Mato Grosso, Paraná, Ceará e São Paulo. A operação também resultou em 108 medidas cautelares, oito suspensões de funções públicas, quatro proibições de atividades profissionais no CREA e sete bloqueios de emissão de Documentos de Origem Florestal (DOFs).

Os investigadores descobriram um esquema de fraude fundiária que se estende por mais de uma década, originado em Lábrea/AM, envolvendo a duplicação e falsificação de títulos de propriedade, o que resultou na apropriação ilegal de cerca de 538 mil hectares de terras públicas. De 2016 a 2018, a organização criminosa expandiu suas atividades ilegais, manipulando o Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF) com a ajuda de funcionários públicos e técnicos responsáveis.

Recentemente, essas atividades ilícitas se estenderam para Apuí e Nova Aripuanã/AM, onde foram identificadas a emissão de certidões falsas e a sobreposição de registros, além da exploração de florestas e pecuária em áreas protegidas. O dano ambiental gerado pela extração ilegal de madeira é estimado em R$ 606 milhões, com a organização lucrando aproximadamente R$ 820 milhões em terras griladas.

A operação conta com o apoio de instituições como o INCRA, Receita Federal, ANAC, Ibama, entre outras, e a PF encoraja a população a enviar denúncias anônimas através de um canal online específico, garantindo absoluto sigilo e proteção da identidade dos denunciantes.

Foto: PF/Divulgação

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