A Segunda Grande Guerra Mundial é lembrada como o maior conflito de escala mundial com muitas batalhas e eventos comprovando a crueldade e carnificina das nações envolvidas. Nesta guerra a batalha de Stalingrado foi um confronto de vontades, onde a resistência soviética foi crucial para deter a máquina de guerra nazista. Desde a falha de cálculo de Hitler ao subestimar a capacidade de resistência do Exército Vermelho e ao insistir na conquista de Stalingrado até a ferrenha participação soviet, tudo culminou num desfecho que levou, mais tarde, à capitulação alemã.
Antony Beevor é um renomado historiador especializado em assuntos militares respaldado como um dos grandes conhecedores do assunto e escreveu o livro “Stalingrado” que é a obra que lança luz sobre um dos momentos mais brutais e decisivos da Segunda Guerra Mundial. Beevor, com seu estilo característico, mistura relatos vívidos de soldados, civis e comandantes, proporcionando ao leitor uma visão com diferentes pontos de vistas da luta pelo controle da cidade.
O livro narra a batalha homônima que ocorreu em Stalingrado, travada entre agosto de 1942 e fevereiro de 1943, que marcou um ponto de inflexão no conflito entre o Eixo e o Exército Vermelho. Beevor explora tanto o contexto estratégico quanto as experiências individuais, desde as ordens dadas pelos altos comandos alemão e soviético até os horrores vividos pelos soldados e civis.
Utilizando-se de uma vasta gama de fontes primárias, incluindo diários, cartas e relatórios militares, para construir uma narrativa detalhada. Ele descreve as condições extremas enfrentadas por ambas as partes: o frio intenso, a fome e o desgaste físico e psicológico. A obra enfatiza como a liderança obstinada de Hitler e Stalin moldou o curso da batalha, muitas vezes à custa de grandes sacrifícios humanos.
O livro também critica as táticas brutais de ambos os lados, onde a vida humana era muitas vezes considerada secundária. A política de terra arrasada, os ataques suicidas e o uso implacável de bombardeios demonstram a desumanidade do conflito. Beevor não poupa detalhes sobre o sofrimento dos soldados e civis, como por exemplo no capítulo: Deflagrada a Barbarossa onde mostra como as tropas nazistas se posicionam na fronteira dando todos os sinais de ataque e a atitude blasé de um Stalin quase certo de que nada iria acontecer.
Ou no capítulo: O Inferno Branco: Fazendo uma relação das duras condições climáticas do inverno soviético que ambas as forças enfrentaram.
Stalingrado trouxe pesadas consequências para os Alemães e Soviéticos. Para os alemães a derrota em Stalingrado foi um duro golpe para o moral das tropas e a imagem de invencibilidade do exército alemão. Cerca de 300 mil soldados alemães foram cercados e em torno de 91 mil sobreviveram para ser capturados, dos quais poucos retornariam após a guerra. A derrota marcou o início do declínio do Terceiro Reich, com a Alemanha sendo forçada a adotar uma postura defensiva no Leste Europeu.
Para os Soviéticos: A vitória em Stalingrado foi um ponto de virada que elevou o moral das tropas e solidificou a liderança de Stalin. Foi um catalisador para a mobilização em massa e a produção industrial que sustentaria a contra-ofensiva soviética até a captura de Berlim. Além disso, a vitória ajudou a consolidar a imagem da União Soviética como um poderoso aliado na luta contra as tropas de Hitler.
Depois de Stalingrado houve ainda a Batalha de Kursk que consolidou a vitória soviet sobre os nazistas, mas Stalingrado foi de fato o que marcou a resistência humana e a prova sobre o quão infinito seriam os horrores da guerra. Antony Beevor possui outras obras como: “Dia D: A Batalha da Normandia”, “Berlim: A Queda 1945” e “Ardenas 1944: A Última Aposta de Hitler”, todos sobre a Segunda Grande Guerra Mundial.
Paulo Albuquerque – Formado em Tecnologia Florestal, instrutor de informática e conectado em Literatura, Sci-Fi e Cultura Pop.
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