Não há química entre nós!

27/08/2024 as 7:44 am

A criação de uma criança por pais dependentes químicos pode acarretar uma série de riscos significativos ao seu desenvolvimento físico, emocional e social. A dependência química afeta não apenas o indivíduo que a vive, mas também aqueles que estão ao seu redor, especialmente as crianças. Aqui estão alguns dos principais riscos associados:

Desenvolvimento Emocional Comprometido – Crianças que crescem em ambientes onde os pais são dependentes químicos frequentemente enfrentam instabilidade emocional. A imprevisibilidade das ações dos pais pode gerar ansiedade e insegurança nas crianças. Elas podem ter dificuldade em formar vínculos saudáveis e em desenvolver uma autoimagem positiva.
Negligência e Abandono – A dependência química pode levar à negligência dos cuidados básicos da criança, como alimentação adequada, higiene e supervisão. Muitas vezes, os pais estão tão focados nas suas próprias necessidades que não conseguem atender às necessidades emocionais e físicas dos filhos.
Ambiente Familiar Tóxico – Crianças expostas a ambientes onde há abuso de substâncias podem testemunhar ou vivenciar situações de violência doméstica, conflitos frequentes e comportamentos imprudentes. Isso pode afetar sua percepção de relacionamentos saudáveis e aumentar o risco de desenvolver problemas comportamentais.
Problemas de Saúde Física – A exposição à dependência química pode impactar a saúde física da criança, especialmente se a mãe usou substâncias durante a gravidez. Isso pode resultar em problemas como baixo peso ao nascer, síndromes de abstinência neonatal e outras complicações de saúde que podem afetar o desenvolvimento a longo prazo.
Dificuldades Acadêmicas – Crianças criadas em lares com dependência química muitas vezes enfrentam dificuldades na escola devido à falta de apoio emocional e educacional em casa. A instabilidade pode levar a problemas de concentração, dificuldades de aprendizado e até mesmo ao abandono escolar.
Risco Aumentado de Dependência – Estudos mostram que crianças que crescem em lares com dependência química têm maior probabilidade de desenvolver problemas com substâncias na adolescência ou na vida adulta. Isso pode ser influenciado tanto pela genética quanto pelo ambiente familiar.
Isolamento Social – Essas crianças podem se sentir envergonhadas ou estigmatizadas por causa da situação familiar, levando ao isolamento social. Isso dificulta a formação de amizades saudáveis e o desenvolvimento de habilidades sociais importantes.

Assim, o impacto da criação por pais dependentes químicos é profundo e pode afetar diversas áreas da vida da criança. Para mitigar esses riscos, é fundamental buscar intervenções precoces, apoio psicológico e serviços sociais adequados para garantir um ambiente mais seguro e saudável para o desenvolvimento da criança. Programas de apoio à família também podem ser essenciais para ajudar os pais a lidarem com sua dependência e melhorarem as condições de vida dos filhos.

Luiza Simonett i, advogada militante e ativista dos direitos das crianças e adolescentes, presidente da Comissão de Direito de Familia e Adoção da OAB-AM, Mãe do Enzo, do Theo e da Eliza, madrasta apaixonada pela Manu e Bernardo.

Instagram: @luiza.simonetti.adv

Foto: Reprodução

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