Rio Negro registra quarta menor cota desde 1902, segundo SGB

29/09/2024 as 6:28 pm

Na última sexta-feira (27), o Rio Negro registrou 13,73 metros em Manaus, a quarta menor marca desde o início dos registros em 1902, conforme informou o Serviço Geológico do Brasil (SGB). Este nível está próximo das menores cotas já observadas: 13,64 metros em 1963, 13,63 metros em 2010 e 12,7 metros em 2023. Segundo o SGB, a tendência é que essa redução continue, podendo o rio alcançar uma nova mínima histórica abaixo dos 12 metros já na próxima semana.

Os dados foram apresentados durante o 39º Boletim de Monitoramento do SGB, na Sala de Crise da Região Norte, evento coordenado pela Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). Artur Matos, coordenador nacional dos Sistemas de Alerta Hidrológico do SGB e pesquisador em geociências, destacou a queda diária de 19 centímetros. “As descidas estão muito acentuadas em Manaus e, se continuar com essa média de descida de 19 cm por dia, em uma semana poderemos ultrapassar a marca histórica – que é de 12,7 m registrada em 2013 – e, nas próximas semanas, o Rio Negro pode ficar abaixo dos 12 m”, alertou Matos.

A previsão é que o Rio Negro permaneça por mais dois meses com níveis inferiores a 16 metros, um cenário que espelha as condições observadas no ano passado.

Em outras regiões da Bacia Amazônica, a situação não é menos grave. Vários rios já atingiram mínimas históricas. Na última sexta-feira, o Rio Solimões em Itapéua registrou apenas 37 centímetros, e o Rio Purus em Beruri, 4 metros. Em Manacapuru, o Rio Solimões está muito próximo de estabelecer um novo recorde com a cota de 3,47 metros, a segunda menor já registrada.

A estiagem deve se agravar nos próximos meses, conforme as projeções apresentadas. “As chuvas abaixo da média em setembro devem se refletir nos níveis dos rios em outubro e vamos continuar a verificar cotas mais baixas ao longo do próximo mês”, acrescentou Artur Matos. Mesmo que haja uma pequena elevação nas cotas dos rios Madeira e Tabatinga devido às chuvas nas cabeceiras, essas melhorias são consideradas temporárias e insuficientes para uma recuperação plena.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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