Seca no Amazonas reduz em 80% o transporte de cargas fluviais

08/10/2024 as 9:08 pm

A intensa seca que assola o Amazonas e a região Norte do país tem impactado severamente o transporte fluvial, uma das principais vias logísticas da região. De acordo com o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Estado do Amazonas (Sindarma), houve uma redução de até 80% no volume de cargas transportadas desde o início da estiagem deste ano, afetando o abastecimento de produtos essenciais em diversas localidades.

Madson Nóbrega, vice-presidente do Sindarma, relatou que o nível extremamente baixo dos rios obriga as embarcações a reduzir a quantidade de carga, para evitar o risco de encalhe em bancos de areia e garantir a segurança na navegação. “Com a redução da profundidade dos rios, as embarcações tem que diminuir seu peso e a quantidade de produtos transportados para garantir a navegação segura e evitar encalhar em bancos de areia,” explicou Nóbrega.

Além dos desafios operacionais, a estiagem também aumenta os riscos de segurança. A redução da velocidade das embarcações e a proibição da navegação noturna no Rio Madeira durante a seca têm facilitado a ação de quadrilhas de piratas. “A insegurança também cresce com a seca e o risco de ataques piratas aumentou significativamente nestes meses, especialmente porque a situação torna as embarcações mais vulneráveis. O risco surpresa está a favor deles e onde menos se espera, os ataques acontecem,” acrescentou o vice-presidente.

Nóbrega também comentou sobre a incerteza quanto ao término da estiagem. Embora haja uma crença entre os navegadores mais experientes de que rios que secam mais cedo tendem a encher mais cedo, as previsões atuais são incertas. “Todas as previsões que deram até agora falharam,” destacou.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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