Petrobras pede mais prazo à ANP para exploração na Foz do Amazonas

16/10/2024 as 2:32 pm

A Petrobras solicitou à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a suspensão do prazo para a exploração petrolífera na Bacia da Foz do Amazonas, localizada na Margem Equatorial. O pedido decorre da pendência na liberação da licença ambiental pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), necessária para iniciar as perfurações na área.

Segundo Sílvia dos Anjos, diretora executiva de Exploração e Produção da Petrobras, a medida se faz necessária diante da ausência da licença. “Nós temos um prazo da concessão, se não tem a licença, o prazo corre. Tem então que postergar por conta de ainda não ter conseguido ainda a licença. Esse bloco foi adquirido em 2013, claramente a gente já passou e teve que fazer as renovações. Toda vez que não tem a licença, automaticamente solicita e a ANP dá o prazo adicional. Nós solicitamos e vai ser dado, apenas suspende. Para de contar o relógio,” explicou.

A diretora também destacou a importância da futura perfuração para avaliar com precisão o potencial petrolífero da região. “A gente estava com uma sonda em janeiro do ano passado lá e já poderíamos estar hoje com uma avaliação do potencial petrolífero da região. Isso descortinaria um novo horizonte,” ressaltou.

Sílvia dos Anjos ainda enfatizou que a localização do poço, situada a mais de 500 quilômetros da foz e a 170 quilômetros da costa, é uma área de tráfego intenso, por onde passam mais de 1.100 embarcações anualmente. “O local onde a gente vai perfurar o poço não é um paraíso ecológico isolado, circulam mais de 1.000 cargueiros pela área. A Petrobras já perfurou mais de 5.400 poços. A perfuração do poço não causa derramamento. O maior derramamento de óleo que se tem é no transporte,” observou.

Clarice Coppetti, diretora executiva de Assuntos Corporativos, afirmou que a Petrobras cumpriu todas as exigências impostas pelo Ibama. A empresa apresentou até mesmo um plano para a instalação de uma base de proteção da fauna, que ainda está sob avaliação do órgão ambiental. “O nosso diálogo sempre foi de alto nível. A gente nunca teve um diálogo fora dos padrões institucionais e de respeito mútuo. São questões processuais de análise dos manuais e se a gente está respondendo ou não. É uma região de grande complexidade do ponto de vista de logística e de conseguir profissionais capacitados. Essa base que a gente está montado lá não é só física, em terra, é articulada com o conjunto todo de embarcações e também de cabotagem,” detalhou.

Coppetti projetou ainda a criação de um centro de reabilitação para animais no Oiapoque como medida preventiva, prevendo cuidados com animais que possam ser afetados por contaminações durante a perfuração. “É um centro de reabilitação de animais que eventualmente sejam contaminados por óleo durante uma perfuração. Tenho absoluta certeza, que jamais será usado, por conta de que se em 5.400 poços não causamos isso, não será usado,” concluiu Sílvia dos Anjos.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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