Diretor do IPAAM é afastado após a Operação Expurgare da PF

09/12/2024 as 6:11 pm

O diretor-presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, foi afastado do cargo. A decisão ocorre durante a terceira fase da Operação Expurgare, conduzida pela Polícia Federal, conforme reportagem da Folha de São Paulo.

Investigações indicam que uma suposta organização criminosa envolvia servidores do alto escalão do Ipaam. De acordo com a PF, esses funcionários facilitavam a emissão de licenças ambientais fraudulentas, a suspensão indevida de multas e a aprovação irregular de projetos de desmatamento.

De acordo com a Folha de São Paulo, o afastamento de Juliano Valente, juntamente com a prisão de dois outros servidores e o afastamento de outros cinco, tem como objetivo assegurar a integridade das investigações em andamento. A medida foi determinada pela Justiça Federal.

A operação

Nesta segunda-feira (9), a Polícia Federal deflagrou a Operação Expurgare, que atua em três estados: Amazonas, Pernambuco e Rondônia. Esta fase da operação dá continuidade aos esforços da Operação Greenwashing, que investigou crimes semelhantes.

A atual etapa das investigações revelou o envolvimento de funcionários do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM), ocupantes de cargos estratégicos, em diversas irregularidades. Dentre as infrações identificadas estão a emissão de licenças ambientais fraudulentas, a suspensão indevida de multas e concessões irregulares para desmatamento.

Esses servidores já haviam sido investigados em 2019, durante a Operação Arquimedes, que também se dedicou ao combate de delitos ambientais. Agora, a justiça autorizou novos mandados de busca e apreensão, além de prisões preventivas, com o objetivo de desmantelar completamente o esquema ilícito.

A investigação aponta que o esquema criminoso teve início há mais de uma década em Lábrea/AM, envolvendo fraudes fundiárias que incluíam a duplicação e falsificação de títulos de propriedade, resultando na apropriação indevida de cerca de 538 mil hectares de terras públicas. Entre 2016 e 2018, o grupo criminoso intensificou suas ações ilegais, adulterando títulos de propriedade e inserindo informações falsas no Sistema de Gestão Fundiária (SIGEF), com a colaboração de servidores públicos e técnicos responsáveis.

Recentemente, as atividades ilegais se expandiram para as áreas de Apuí e Nova Aripuanã, no Amazonas. A operação já conseguiu desarticular financeiramente a organização criminosa, promovendo a descapitalização de quase R$ 1 bilhão.

Foto: Arthur Castro

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