Conflito escala na Venezuela com novo cerco a opositores asilados na Embaixada Argentina

15/12/2024 as 8:41 pm

Seis opositores venezuelanos abrigados na embaixada da Argentina em Caracas denunciaram, no último sábado (14), um cerco intensificado pelas forças de segurança da Venezuela, que agora inclui atiradores de elite nos arredores do edifício. Durante uma coletiva de imprensa virtual, os asilados relataram a nova fase de perseguição que estão enfrentando.

Omar González, um dos asilados e aliado da líder opositora María Corina Machado, detalhou a situação. “Isso escalou com a presença desses atiradores, usando trajes camuflados, rostos cobertos, rifles de assalto equipados com miras telescópicas e apontadores a laser”, afirmou González, descrevendo o cenário como um aumento significativo na ameaça.

Os refugiados estão na embaixada desde março, após serem associados a supostas tentativas de derrubar o governo do presidente Nicolás Maduro. Este mais recente episódio de cerco, que já dura três semanas, ocorre em meio à ruptura das relações diplomáticas entre Venezuela e Argentina. A tensão diplomática aumentou após o governo de Javier Milei não reconhecer a reeleição de Maduro em julho, alegando fraude eleitoral.

Com a equipe de manutenção da embaixada em férias coletivas, os asilados encontram-se ainda mais isolados. Embora o Brasil tenha temporariamente assumido a custódia da embaixada, a Venezuela revogou essa permissão. No entanto, o governo Lula assegurou que continuará a defender os interesses argentinos.

“Ninguém entra aqui sem a autorização da polícia do regime de Nicolás Maduro, nem mesmo os trabalhadores de manutenção. Tudo está sob nossa responsabilidade, mas o mais grave é o cerco feito por essas forças de segurança (…), que transformaram o bairro em esconderijos de espionagem e de atiradores”, declarou González, evidenciando o clima de tensão e medo.

Enquanto o governo de Maduro nega as acusações de cerco, o governo argentino já denunciou episódios de intimidação, incluindo a detenção de um oficial da gendarmaria argentina e de um funcionário local da embaixada, eventos que consideram uma “flagrante violação de seus direitos fundamentais”.

Foto: Divulgação

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