Pesquisa revela que apenas 15% dos jovens brasileiros permanecem na escola após os 16 anos

27/05/2023 as 1:59 am

Maria de Fátima Santos, aos 18 anos, tomou a difícil decisão de abandonar a escola em Araioses, Maranhão, para auxiliar em suas responsabilidades familiares. Hoje, aos quase 25 anos, ela enfrenta o desafio de sobreviver coletando objetos descartados. Infelizmente, a história de Maria de Fátima é apenas uma entre muitas que revelam o preocupante cenário de abandono escolar no Brasil, conforme apontado por uma pesquisa realizada pelo Sesi/Senai em parceria com o Instituto FSB Pesquisa.

De acordo com os dados levantados, apenas 15% dos jovens continuam matriculados em salas de aula após os 16 anos. Entre aqueles que não estão estudando, 57% alegaram falta de condições financeiras como motivo para abandonar os estudos, sendo que a necessidade de trabalhar foi apontada por 47% dos entrevistados como a principal razão para interromper sua educação.

Rafael Lucchesi, diretor-geral do Senai e diretor-superintendente do Sesi, destacou a falta de atratividade das instituições educacionais como um fator determinante para o abandono escolar. Ele ressaltou que muitas pessoas deixam de estudar por falta de interesse, e a pandemia agravou ainda mais essa situação preocupante.

A pesquisa também revelou que apenas 38% das pessoas acima de 16 anos que não estão estudando alcançaram a escolaridade desejada. Além disso, 18% dos jovens entre 16 e 24 anos mencionaram a gravidez ou o nascimento de um filho como motivo para deixar os estudos, sendo que essa taxa é ainda mais alta entre mulheres, moradores do Nordeste e das capitais.

Os resultados da pesquisa apontam que a maioria dos jovens acima de 16 anos considera que aqueles com ensino médio ou superior se sentem pouco preparados ou despreparados para o mercado de trabalho. Diante dessas informações alarmantes, é fundamental refletir sobre a qualidade da educação e a atratividade das instituições escolares, buscando melhorar a produtividade e o futuro das pessoas em nossa sociedade, concluiu Lucchesi.

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