Dívida pública federal registra aumento e fecha 2024 em R$ 7,3 trilhões

04/02/2025 as 11:42 pm

A Dívida Pública Federal (DPF) encerrou o ano de 2024 com um montante de R$ 7,316 trilhões, representando um aumento de 1,55% em relação a novembro, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (4). Esse valor está dentro da meta estabelecida pelo Plano Anual de Financiamento (PAF), que variava entre R$ 7 trilhões e R$ 7,4 trilhões.

A DPF, que engloba as dívidas internas e externas do Brasil, é emitida para cobrir o déficit orçamentário do país e serve como um importante indicativo da capacidade do governo de honrar seus compromissos financeiros. O incremento observado em dezembro foi impulsionado, principalmente, pela apropriação positiva de juros, que ocorre quando os retornos do Tesouro superam os pagamentos aos credores.

No detalhamento das categorias da dívida, a Dívida Pública Mobiliária Federal Interna (DPMFi) alcançou R$ 6,966 trilhões, com um crescimento de 1,51%. Já a Dívida Pública Federal Externa registrou uma queda de 2,48%, somando R$ 349,1 bilhões, equivalente a US$ 56,39 bilhões.

Em termos de movimentações, o governo emitiu R$ 57,87 bilhões em títulos no último mês do ano, enquanto R$ 15,24 bilhões foram resgatados, resultando em uma emissão líquida de R$ 42,63 bilhões. Deste total, R$ 43,50 bilhões referem-se à dívida externa.

A divulgação aconteceu durante uma coletiva de imprensa no Ministério da Fazenda, em Brasília, onde Daniel Cardoso Leal, subsecretário da Dívida Pública, apresentou os números. Segundo ele, apesar da redução do colchão financeiro da dívida, que caiu de R$ 982,37 bilhões para R$ 860,15 bilhões, o caixa do governo permanece em uma posição confortável. Esse colchão é essencial para gerenciar momentos de turbulência econômica ou concentração de vencimentos da dívida, que atualmente cobre 6,24 meses de vencimentos futuros, com cerca de R$ 1,25 trilhão previstos para o próximo ano.

O perfil da dívida mostra uma predominância de títulos pós-fixados, que aumentaram sua participação para 46,29%, enquanto os prefixados diminuíram para 21,99%. Os títulos atrelados a índices de preços registraram uma pequena redução, ficando em 26,96%, e os cambiais subiram para 4,76%. O prazo médio da dívida recuou para 4,05 anos, com 17,87% do total vencendo em até 12 meses, o que indica uma gestão prudente dos prazos em um cenário de incertezas econômicas.

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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