Agência USAID é acusada de atividades de espionagem e manipulação política

06/02/2025 as 11:08 am

No cenário político atual, uma onda de críticas e acusações envolve a Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), com o empresário Elon Musk no centro da controvérsia. Musk, que lidera o DOGE (Departamento de Eficiência Governamental), anunciou recentemente, por meio de uma transmissão na rede social X, que tem o apoio do presidente Donald Trump para encerrar as operações da USAID.

A USAID, frequentemente elogiada pela mídia tradicional como uma “agência humanitária” responsável por fornecer 40% da ajuda mundial, enfrenta agora uma série de denúncias que a pintam sob uma luz bem diferente. Críticos, entre eles Musk, a acusam de ser uma fachada para operações da CIA e parte do que se costuma chamar de “deep state” americano, com missões autônomas e de longo prazo que incluem intervenções em políticas externas.

A jornalista Paula Schmitt, em uma série de reportagens, descreveu a USAID como uma instituição que, sob o pretexto de desenvolvimento, encobre práticas de bioterrorismo em países emergentes. Schmitt destaca o envolvimento da agência no escândalo da COVID-19, acusando-a de financiar pesquisas sobre armas biológicas, alegação corroborada por Musk.

Além disso, a USAID tem sido criticada por seus investimentos em projetos que promovem ideologias específicas, como diversidade, equidade e inclusão, com exemplos de financiamento para produções culturais em países como Sérvia, Irlanda, Peru e Colômbia. No Brasil, a agência é acusada de interferir em debates sobre políticas de gênero e saúde reprodutiva, além de atuar na região amazônica, muitas vezes em desacordo com os interesses nacionais, segundo a Agência Brasileira de Inteligência.

A acusação mais grave, talvez, tenha vindo de Mike Benz, ex-funcionário do Departamento de Estado americano, que afirmou que a USAID foi fundamental para a saída do ex-presidente Jair Bolsonaro do poder. Benz descreve uma operação de controle de informações, onde a agência teria classificado Bolsonaro como um “Trump dos Trópicos” e apoiado movimentos como o Sleeping Giants, que visa silenciar vozes dissidentes, além de promover a censura e o uso do Judiciário contra conservadores.

A reação da imprensa tradicional a essas acusações tem sido de desdém, tratando-as como “teorias da conspiração”. No entanto, o debate se intensifica nas redes sociais e no jornalismo independente, onde evidências e testemunhos vêm à tona, desafiando a narrativa oficial.

A decisão de Musk e Trump de fechar a USAID levanta questões sobre o papel real das agências de desenvolvimento internacional e o limite entre a ajuda humanitária e a interferência geopolítica. Enquanto alguns veem essa ação como um ataque à assistência global, outros enxergam uma oportunidade para reavaliar e reformar o funcionamento dessas agências em um mundo cada vez mais cético em relação a intervenções estrangeiras.

Foto: Reprodução

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