Maduro ameaça impedir exploração de petróleo na Guiana pela ExxonMobil

06/03/2025 as 7:03 pm

Em Caracas, na última quarta-feira (5), o presidente venezuelano Nicolás Maduro ameaçou adotar medidas para bloquear a exploração de petróleo pela ExxonMobil na Guiana, em uma área ainda sem delimitação internacional. Durante um evento oficial, Maduro acusou o governo guianense de realizar explorações ilegais em parceria com a empresa americana, ação que considera uma violação da soberania venezuelana.

Maduro não especificou quais medidas pretende tomar para interromper as atividades petrolíferas, mas enfatizou a disposição de seu governo em combater o que descreve como infrações por parte da Guiana e da ExxonMobil. “Isso é absolutamente ilegal e a Venezuela rejeita, denuncia e tomaremos todas as medidas para impedir a ação ilegal da ExxonMobil e do governo entreguista da Guiana”, declarou o líder venezuelano.

O anúncio ocorreu após preocupações expressas pelo presidente da Guiana, Irfaan Ali, sobre a presença de navios de guerra venezuelanos próximos a uma instalação da ExxonMobil, o que aumentou a tensão entre as duas nações. Maduro também acusou Ali de mentir sobre as circunstâncias e anunciou que pedirá a convocação imediata do mecanismo de Argyle, visando uma resolução pacífica para o conflito.

Em meio ao aumento das tensões, a Comunidade do Caribe (Caricom) exortou ambos os países a evitar ações provocativas e solicitou que a Venezuela retirasse imediatamente suas embarcações das águas disputadas, além de se abster de interferir nas operações das plataformas flutuantes de produção, armazenamento e descarregamento da ExxonMobil.

A disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana sobre o Essequibo remonta a 1899, com o Laudo Arbitral de Paris, e foi intensificada pela Venezuela décadas depois, com a assinatura do Acordo de Genebra em 1966. Atualmente, o caso está pendente de decisão pelo Tribunal Internacional de Justiça (CIJ), mas Maduro já adiantou que não reconhecerá um veredito desfavorável aos interesses venezuelanos.

Foto: Reprodução/avn

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