Setor automotivo brasileiro pode sofrer redução de investimentos após tarifaço de Trump

09/04/2025 as 2:00 pm

Na última terça-feira (8), o presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Márcio de Lima Leite, alertou que o Brasil poderá enfrentar uma queda nos investimentos no setor automotivo devido ao aumento das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo Leite, o ajuste tarifário, anunciado na semana passada, consiste na aplicação de uma taxa de 25% sobre todos os carros fabricados fora dos EUA, levando o México a redirecionar sua produção para a América Latina, incluindo o Brasil, devido ao aumento de sua capacidade ociosa.

“Os investimentos podem sofrer alguma revisão, não estou falando de empresas especificas, mas por um fenômeno natural”, explicou Leite, referindo-se às consequências das novas políticas tarifárias.

Esse cenário tarifário mais rigoroso nos EUA tem potencial para reconfigurar o mercado automotivo, com o Canadá já anunciando medidas retaliatórias e projeções de redução de até 1 milhão de veículos no mercado norte-americano. Essas mudanças podem atrasar a transição para veículos eletrificados, elevar a inflação de custos, além de reduzir o nível de emprego e produção.

Por outro lado, o mercado brasileiro mostra sinais de crescimento, com um aumento de 7,2% nos emplacamentos no primeiro trimestre, impulsionados por vendas diretas e um aumento nas importações. Contudo, a produção desacelerou em março, caindo 12,6% devido ao ajuste de estoques e à queda nas exportações, principalmente de caminhões.

Leite enfatizou a importância de medidas para garantir previsibilidade e conter a entrada de importados com tarifas competitivas. “Precisamos de previsibilidade e precisamos conter o ataque de importados, especialmente com tarifas. O Brasil é hoje o país que tem a tarifa mais baixa e ainda não tem feito a recomposição da tarifa de 35%”, reiterou.

A situação exige vigilância e adaptação por parte do setor automotivo brasileiro, que deve enfrentar esses novos desafios com estratégias eficazes para manter sua estabilidade e competitividade no mercado global.

Foto: Reprodução

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