Igreja Católica entra em sede vacante após morte do Papa Francisco; entenda

21/04/2025 as 9:42 am

A Igreja Católica entrou oficialmente em período de sede vacante nesta segunda-feira (21), após a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, no Vaticano. A expressão latina, que significa “assento vazio”, é usada para indicar a vacância do cargo de Bispo de Roma, decorrente de falecimento ou renúncia do pontífice. A morte de Francisco, confirmada pelo cardeal Kevin Farrell, atual camerlengo da Santa Sé, deu início a uma série de ritos e procedimentos que culminarão com a eleição de um novo papa nas próximas semanas.

Após a constatação oficial do óbito, o camerlengo pronunciou o nome de batismo do pontífice, Jorge Mario Bergoglio, por três vezes, sem obter resposta. Em seguida, lacrou os aposentos papais, destruiu o anel do pescador e inutilizou o selo oficial, encerrando simbolicamente um pontificado iniciado em 2013. O funeral deverá ocorrer entre quatro e seis dias após o falecimento e será seguido por nove dias de luto oficial, durante os quais missas e homenagens serão celebradas em sua memória.

Entre 15 e 20 dias após a morte, será convocado o conclave — reunião reservada aos cardeais com menos de 80 anos, responsáveis pela escolha do novo pontífice. Atualmente, 135 cardeais estão aptos a votar, incluindo quatro portugueses. O encontro ocorrerá na Capela Sistina, em regime de absoluto sigilo. Durante o processo, os participantes permanecerão isolados na Casa Santa Marta, sem comunicação com o exterior. A votação inicia com uma rodada no primeiro dia, seguida por até quatro sessões diárias a partir do segundo. As cédulas são queimadas ao fim de cada etapa: fumaça preta indica que não houve eleição; a branca, que um novo papa foi escolhido.

Para ser eleito, o candidato precisa obter dois terços dos votos. Após aceitar o cargo, o escolhido define o nome que adotará como pontífice e veste pela primeira vez os trajes papais. Em seguida, o decano do Colégio Cardinalício anuncia sua eleição da sacada da Basílica de São Pedro, com a tradicional frase “Habemus Papam”. O novo líder da Igreja então aparece ao público e concede sua primeira bênção Urbi et Orbi, encerrando o período de transição.

Embora, em teoria, qualquer homem batizado possa ser eleito papa, há séculos a escolha recai sobre membros do Colégio dos Cardeais. O último não cardeal a ser eleito foi Urbano VI, no século XIV. Desde o pontificado de João Paulo II, a Igreja passou a ampliar o perfil dos papáveis, incluindo representantes de diferentes continentes. Com Francisco, essa diversidade se intensificou: ele nomeou cardeais de países fora da Europa, refletindo o crescimento do catolicismo no chamado Sul Global. Com a morte do pontífice argentino, a Igreja inicia uma nova etapa, marcada pela expectativa em torno da escolha do 267º sucessor de Pedro.

Foto: Reprodução/VaticanNews

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