SUS aprova técnica que usa placenta no tratamento de queimaduras

01/06/2025 as 7:11 pm

A partir de agora, hospitais públicos de todo o Brasil poderão utilizar membranas da placenta como curativo biológico no tratamento de queimaduras. A decisão foi tomada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec), que recomendou a inclusão do procedimento no Sistema Único de Saúde (SUS). A medida busca ampliar o acesso a uma técnica já aplicada em diversos países e que, até então, era permitida apenas em caráter experimental no país.

O novo curativo, produzido a partir da membrana amniótica — uma fina e resistente camada da placenta retirada logo após o parto, com o consentimento da mãe — possui propriedades que favorecem a cicatrização e reduzem o risco de infecções. Quando aplicado sobre a lesão, atua como barreira contra micro-organismos, acelera a recuperação da pele e proporciona alívio da dor. Além disso, pode permanecer na área afetada por até 14 dias, período superior ao dos curativos convencionais.

Em um dos primeiros casos práticos, a técnica foi utilizada no Hospital das Clínicas de São Paulo durante a cirurgia de um paciente de 42 anos, que sofreu queimaduras após uma descarga elétrica. A experiência bem-sucedida reforçou a eficácia do método e contribuiu para sua aprovação.

Com a liberação pelo SUS, especialistas estimam que os estoques de membrana amniótica disponíveis em bancos de tecidos poderão ser ampliados em até quatro vezes, permitindo maior oferta do tratamento na rede pública. No entanto, o início efetivo do uso em larga escala ainda depende da regulamentação do Ministério da Saúde.

O órgão deverá definir, nos próximos meses, critérios como os pacientes elegíveis, as exigências para a doação da membrana e quais hospitais e maternidades estarão habilitados a realizar a coleta, o processamento e o armazenamento do material.

Foto: Arquivo/Andre Borges/Agência Brasília

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