PF ouve Mauro Cid por mais de duas horas e libera ex-ajudante de Bolsonaro

13/06/2025 as 6:43 pm

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi liberado pela Polícia Federal na tarde desta sexta-feira (13), em Brasília, após prestar depoimento por mais de duas horas. Ele havia sido preso no mesmo dia, mas a detenção foi revogada ainda durante a tarde por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A Corte não divulgou os motivos da revogação.

O depoimento de Cid ocorreu no âmbito da investigação que apura a conduta do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, suspeito de tentar viabilizar a emissão de um passaporte português em nome de Mauro Cid. De acordo com a Polícia Federal, a iniciativa visava permitir a saída do militar do país, o que levantou suspeitas de tentativa de fuga.

Durante a oitiva, Mauro Cid negou qualquer solicitação de auxílio para deixar o Brasil.

Gilson Machado foi preso também nesta sexta-feira, no Recife, por suspeita de obstrução de investigação de organização criminosa e favorecimento pessoal. O pedido de prisão foi apresentado pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, que também solicitou ao STF a abertura de um inquérito sobre o caso.

Além da tentativa de obtenção do passaporte, Machado também é investigado por promover uma campanha de arrecadação financeira em favor do ex-presidente Jair Bolsonaro por meio de seu perfil no Instagram. A legalidade da ação e a destinação dos recursos estão sendo analisadas pelas autoridades.

No pedido enviado ao Supremo, Gonet afirmou que, mesmo sem ter conseguido concluir a emissão do passaporte, “a PF ainda considera possível que ele busque alternativas junto a outras embaixadas e consulados”. Para o procurador-geral, esses indícios “levantam suspeita de que Machado esteja atuando para obstruir a ação penal”.

A Procuradoria-Geral da República também solicitou ao STF a autorização para a realização de medidas de busca e apreensão com o objetivo de aprofundar as investigações. Até o momento, o Supremo não se pronunciou oficialmente sobre os requerimentos.

Foto: Gustavo Moreno/STF

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