Insulina volta a ser fabricada no Brasil após acordo com farmacêutica

12/07/2025 as 5:49 pm

O Brasil voltou a produzir insulina em território nacional após duas décadas. O primeiro lote do medicamento foi entregue nesta sexta-feira (11) ao Ministério da Saúde, em Brasília, marcando o início de uma nova etapa na política de fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS). A fabricação ocorre por meio do programa Parcerias para o Desenvolvimento Produtivo (PDP), que integra a Estratégia Nacional para o Desenvolvimento do Complexo Econômico-Industrial da Saúde. O objetivo é reduzir a dependência de importações e ampliar a capacidade de abastecimento do medicamento na rede pública.

A retomada é resultado de um acordo de transferência de tecnologia firmado com a farmacêutica indiana Wockhardt, em parceria com a empresa brasileira Biomm e o laboratório público Fundação Ezequiel Dias (Funed). Segundo o Ministério da Saúde, a expectativa é que, ao término da transferência, o país consiga produzir até 50% da demanda por insulinas do tipo NPH e regular utilizadas no SUS.

O contrato prevê a entrega de 8,01 milhões de unidades de insulina, entre frascos e canetas, ao SUS nos anos de 2025 e 2026. A estimativa é beneficiar diretamente cerca de 350 mil pessoas com diabetes. O investimento na aquisição da tecnologia é de R$ 142 milhões, e o processo de nacionalização ocorrerá em etapas, envolvendo embalagem, controle de qualidade, produção do medicamento final e, posteriormente, a fabricação do insumo farmacêutico ativo (IFA).

Ao fim da transferência tecnológica, tanto a Funed quanto a Biomm estarão habilitadas para realizar toda a produção no Brasil, assegurando o fornecimento autônomo do medicamento ao SUS. O modelo adotado nas PDPs prevê a cooperação entre instituições públicas e privadas, com o objetivo de desenvolver a capacidade produtiva nacional em saúde e fortalecer o setor industrial do país.

Atualmente, o SUS oferece tratamento integral às pessoas com diabetes, com diagnóstico e acompanhamento realizados principalmente pela Atenção Primária à Saúde. Estão disponíveis na rede pública quatro tipos de insulina: NPH, regular, além das versões análogas de ação rápida e prolongada. Também são ofertados medicamentos orais e injetáveis para o controle do diabetes mellitus, conforme a necessidade clínica de cada paciente.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

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