“Guerra tarifária vai começar na hora que eu der resposta ao Trump”, diz Lula

22/07/2025 as 8:03 am

Durante evento internacional sobre democracia realizado nesta segunda-feira (21), em Santiago, no Chile, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que uma guerra tarifária com os Estados Unidos só terá início caso ele decida reagir às ações do ex-presidente norte-americano Donald Trump. A declaração foi feita em meio à crescente tensão entre os dois países, após o anúncio de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência prevista para 1º de agosto.

“Nós não estamos numa guerra tarifária”, disse Lula. “Guerra tarifária vai começar na hora que eu der resposta ao Trump, se não mudar de opinião. Porque as condições que o Trump impôs não foram condições adequadas. Ninguém pode, sabe, ameaçar um partido com uma decisão judicial. Quem sou eu para tomar a decisão diante da Suprema Corte?”, completou.

A visita de Lula ao Chile contou com a presença dos ministros Mauro Vieira (Relações Exteriores) e Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais). O presidente participou de um jantar oficial promovido por Gabriel Boric, chefe de Estado chileno, que também reuniu líderes como Yamandú Orsi, do Uruguai, Gustavo Petro, da Colômbia, e o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez.

Além das tarifas, os Estados Unidos iniciaram uma investigação sobre as práticas comerciais do Brasil por meio do Escritório do Representante de Comércio. Nos bastidores, autoridades norte-americanas têm pressionado por uma atuação do Executivo brasileiro para enfraquecer as ações judiciais contra Bolsonaro, o que foi prontamente descartado por Lula, que reiterou a independência do Judiciário.

Desde a última sexta-feira (18), Bolsonaro está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica por determinação do ministro Alexandre de Moraes. O governo brasileiro considera que não há espaço para interferência nas decisões do STF e informou que o vice-presidente Geraldo Alckmin será o responsável por conduzir o diálogo com os Estados Unidos.

Como possível resposta às sanções, Lula mencionou a aplicação da Lei da Reciprocidade Econômica, que permite ao país adotar medidas proporcionais contra nações que prejudiquem os interesses comerciais do Brasil.

Foto: Ricardo Stuckert/PR

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