Economia do Amazonas pode perder R$ 1,1 bilhão com aumento de tarifas dos EUA, diz CNI

30/07/2025 as 11:24 am

O Amazonas pode ter uma perda de R$ 1,1 bilhão no Produto Interno Bruto (PIB) com a entrada em vigor das novas tarifas de importação impostas pelos Estados Unidos, prevista para 1º de agosto. O alerta foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), que aponta o estado como um dos mais economicamente afetados pelas medidas do governo norte-americano.

De acordo com a entidade, o prejuízo está diretamente ligado à forte dependência do Amazonas das exportações do Polo Industrial de Manaus para o mercado americano. Em 2024, os Estados Unidos foram o principal destino das vendas externas do estado, sendo que 96,1% dos produtos exportados ao país tiveram origem na indústria de transformação.

Entre os principais itens enviados estão equipamentos de transporte, com US$ 28 milhões, derivados de petróleo e biocombustíveis (US$ 25 milhões) e máquinas e equipamentos (US$ 24,4 milhões). Embora o volume total exportado pelo Amazonas não esteja entre os maiores do país, a elevada concentração em bens industrializados torna o impacto das tarifas ainda mais significativo.

A CNI ressalta que o aumento das tarifas compromete a competitividade da indústria local e pode afetar diretamente o emprego e a arrecadação de tributos no estado. A medida faz parte de uma estratégia de proteção à indústria norte-americana, mas traz efeitos relevantes para economias regionais brasileiras, como a do Amazonas.

Além do Amazonas, o Pará também figura entre os estados com maiores perdas potenciais, estimadas em R$ 973 milhões no PIB. Apesar de apenas 3,6% das exportações paraenses terem como destino os Estados Unidos, 95,2% desses produtos são industrializados. Os setores mais afetados são a metalurgia (US$ 420 milhões), produtos químicos (US$ 156 milhões) e alimentos (US$ 118 milhões).

Por outro lado, os estados menos impactados pelas novas tarifas devem ser Roraima, com perda estimada em R$ 13 milhões, Acre (R$ 31 milhões) e Amapá (R$ 36 milhões), devido à baixa dependência do mercado americano. Roraima, por exemplo, destina apenas 0,3% de suas exportações aos Estados Unidos.

Foto: Divulgação/ Sedecti

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