Jubileu 2025, Ano Santo

21/09/2025 as 9:04 am

O conceito de “Jubileu” tem suas raízes na Bíblia. Pelo livro do Levítico, aprendemos que o povo hebreu celebrava cada cinquenta anos este tempo sagrado, marcado pelo perdão de dívidas, restauração de campos cultivados e libertação de escravos. Era proclamado como um tempo de reconciliação com Deus e com a criação.

Assim como outras tradições do Antigo Testamento, a Igreja Católica assumiu esse costume desde o ano 1300. Iniciaram assim as peregrinações até Roma, onde os peregrinos podiam atravessar a Porta Santa, um gesto simbólico para celebrar a misericórdia de Deus e o perdão dos pecados. O Jubileu, portanto, não é apenas uma comemoração de um marco temporal, mas uma oportunidade de transformação espiritual, conduzidos pela misericórdia e pelo amor de Deus. Não se trata de um afastamento superficial do pecado, mas de uma renovação integral da alma, um convite a descer às raízes mais profundas do nosso ser e permitir que Deus as transforme.

A reconciliação com Deus jamais ocorre isolada, ela exige que nos voltemos também para o próximo. É no perdão que nos aproximamos do Senhor e nos tornamos, ainda que imperfeitamente, reflexos de sua misericórdia. O Jubileu, assim, nos convida a refletir sobre as relações que precisamos restaurar e sobre os obstáculos que ainda erguemos entre nós e Deus.

Durante o Ano Santo, a Igreja concede indulgencias plenárias, um dom da misericórdia de Deus, que oferece à fé a remissão da pena temporal pelos pecados já perdoados na Confissão. Como obter a indulgencia? Fazer uma peregrinação, com sua família ou em grupos, a uma basílica ou santuário designado; confessar-se e participar da Eucaristia; rezar pelo Papa e por suas intenções; praticar obras de misericórdia ou atos concretos de caridade. A esperança é o coração pulsante do Jubileu 2025. Sob o tema “Spes non confundit” (a esperança não decepciona), este tempo nos desafia a contemplar a força transformadora da esperança em meio às angustias do nosso tempo.

Em Manaus as igrejas designadas a receber os peregrinos e a passar a Porta Santa são: a Catedral, Nossa Senhora dos Remédios, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora de Fátima, o santuário são José e São Sebastião. A igreja Mãe, a catedral de Nossa Senhora da Conceição, é o principal ponto de referencia do Jubileu. Pra lá convergem todas as peregrinações que até o final do ano vão acontecer na arquidiocese.

Padre Daniel Curnis – Pároco da Paróquia Nossa Senhora de Nazaré, em Manaus

Foto: reprodução

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