Intoxicação por bebidas com metanol já soma 25 vítimas no Brasil

01/10/2025 as 3:57 pm

A onda de intoxicações por metanol em bebidas adulteradas consolidou-se como um grave problema de saúde pública no Brasil. O surto, que atinge principalmente jovens adultos, já resultou em mortes e deixou vítimas com sequelas irreversíveis em diferentes estados. A situação ganhou destaque neste mês, após autoridades confirmarem ocorrências em São Paulo e Pernambuco, que concentram os principais registros.

Em São Paulo, foram notificados 22 casos entre suspeitos e confirmados, dos quais sete tiveram comprovação laboratorial de ingestão da substância. Cinco mortes estão sob investigação, sendo uma já confirmada na capital. Entre as vítimas, estão jovens que consumiram gin, vodka e outras bebidas destiladas adulteradas. Alguns pacientes sofreram perda parcial ou total da visão, além de complicações graves que demandaram internação prolongada, ventilação mecânica e sessões de hemodiálise.

Em Pernambuco, três casos foram registrados, todos envolvendo homens. Dois não resistiram, e o terceiro recebeu alta hospitalar, mas ficou permanentemente cego. Os episódios evidenciam a gravidade da intoxicação por metanol, substância tóxica, inodora e incolor, cujos primeiros sintomas se assemelham aos de uma ressaca comum, como náuseas e tontura. Contudo, entre seis e 24 horas após o consumo, podem surgir sinais mais severos, como visão turva, cegueira irreversível e falência de órgãos vitais.

As investigações concentram-se em redes de falsificação de bebidas destiladas, especialmente gin, vodka e uísque. Em apenas dois dias, mais de 800 garrafas sem procedência foram apreendidas em São Paulo. Três bares já foram interditados pela Vigilância Sanitária, incluindo um localizado na região dos Jardins, que comercializava produtos adquiridos de vendedores ambulantes sem nota fiscal.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou a abertura de inquérito pela Polícia Federal para rastrear a origem do metanol e desarticular a rede de distribuição, possivelmente atuante em diferentes estados. A pasta também orienta comerciantes a redobrarem a atenção quanto a lacres violados, erros de impressão nos rótulos e preços muito abaixo do praticado no mercado. A adulteração de bebidas com metanol é classificada como crime grave e pode levar a penas de até 12 anos de prisão.

Foto: unplash

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