Irã oficializa saída do acordo nuclear de 2015 e cobra novo posicionamento da ONU

18/10/2025 as 6:55 pm

O governo do Irã declarou neste sábado (18) que não está mais sujeito às limitações impostas pelo acordo nuclear firmado em 2015 com potências internacionais. O anúncio ocorre após a expiração formal do pacto, aprovado há exatos dez anos pelo Conselho de Segurança da ONU por meio da Resolução 2231. Com o fim da vigência do tratado, Teerã também passou a exigir que seu programa nuclear seja excluído dos assuntos pendentes do órgão internacional.

Em comunicado oficial, o Ministério das Relações Exteriores iraniano afirmou que “todas as disposições do acordo, incluindo as restrições previstas para o programa nuclear iraniano e os mecanismos relacionados, são consideradas encerradas”. A nota reforça ainda que, a partir de agora, o programa atômico do país deve ser tratado “da mesma maneira que qualquer programa nuclear de um país membro do Tratado de Não Proliferação (TNP) que não possua armas nucleares”.

O Plano de Ação Conjunto Global, assinado em 2015 entre o Irã e o grupo P5+1 (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha), previa a limitação do programa nuclear iraniano em troca do alívio de sanções econômicas. No entanto, o pacto entrou em colapso em 2018, quando os Estados Unidos se retiraram do acordo de forma unilateral e restabeleceram sanções contra Teerã.

Desde então, o Irã passou a expandir seu programa nuclear e atualmente enriquece urânio a níveis de até 60%, patamar muito superior ao limite de 3,67% estipulado pelo tratado. A elevação no grau de enriquecimento gera preocupações internacionais, embora o governo iraniano insista que o programa tem fins exclusivamente pacíficos.

A data de 18 de outubro de 2025 marca o encerramento das principais obrigações previstas no acordo, conforme estabelecido pela resolução da ONU. No entanto, no final de setembro, França, Alemanha e Reino Unido, grupo conhecido como E3, decidiram restaurar sanções anteriores ao pacto, impondo novamente restrições ao enriquecimento de urânio, ao programa de mísseis balísticos, ao comércio de armas e à movimentação financeira do Irã. Também foram reautorizadas inspeções em aeronaves e navios iranianos.

O Irã classificou a medida como um “abuso” por parte das potências europeias, alegando que ela “não altera as disposições legais da resolução 2231 nem sua data de expiração”.

Foto: Freepick

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