Rússia eleva o tom, e aliado de Putin diz que sanções dos EUA são ofensiva de guerra

23/10/2025 as 5:58 pm

O ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, Dmitry Medvedev, declarou nesta quinta-feira (23), em Moscou, que os Estados Unidos se tornaram “inimigos” da Rússia após a imposição de novas sanções econômicas por parte do governo norte-americano. A afirmação foi feita em reação à decisão do Tesouro dos EUA de sancionar as duas maiores empresas petrolíferas russas, Lukoil e Rosneft, sob a justificativa de que elas financiam a máquina de guerra do Kremlin.

Segundo Medvedev, os EUA “entraram de vez no caminho da guerra contra a Rússia”, ao lado do ex-presidente Donald Trump, a quem ele chamou de “falastrão pacificador”. “Os EUA são nosso inimigo, e o seu falastrão ‘pacificador’ [Trump] agora entrou de vez no caminho da guerra contra a Rússia”, disse o político, que é um dos principais aliados de Vladimir Putin.

Medvedev também mencionou o cancelamento da cúpula em Budapeste por parte de Trump e ironizou a postura norte-americana diante do conflito. “O cancelamento da cúpula em Budapeste por Trump. Novas sanções contra o nosso país por parte dos EUA. O que mais? Haverá novas armas, além dos infames [mísseis] ‘Tomahawks’? (…) As decisões tomadas são um ato de guerra contra a Rússia”, declarou.

O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, justificou a medida afirmando que “diante da recusa do presidente Putin em encerrar essa guerra sem sentido, o Tesouro está sancionando as duas maiores empresas de petróleo da Rússia, que financiam a máquina de guerra do Kremlin”. Ele ainda acrescentou: “Incentivamos nossos aliados a se unir a nós e a aderir a essas sanções”.

Esta não é a primeira vez que Medvedev adota um discurso duro contra os Estados Unidos. Em julho, após Trump ameaçar novas sanções caso não houvesse cessar-fogo em até 12 dias, o russo reagiu afirmando que “cada novo ultimato de Trump é mais um passo em direção à guerra”. Na ocasião, ele chegou a ameaçar o uso do sistema soviético de disparo automático de mísseis nucleares conhecido como “mão morta”.

Foto: Vladimir Smirnov/TASS

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