Escândalo: ONGs governam a Amazônia, afirma Aldo Rebelo

11/07/2023 as 7:06 pm

Em um depoimento impactante durante a CPI das ONGs, o ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro Aldo Rebelo fez revelações sobre a presença de três Estados paralelos na região amazônica: o oficial, o narcotráfico e o das organizações não governamentais (ONGs). Segundo Rebelo, esse último é o mais forte e governa a Amazônia de fato, contando com o apoio de órgãos oficiais como IBAMA, FUNAI, Polícia Federal e Ministério Público.

Durante o depoimento, Aldo Rebelo destacou a necessidade de mudanças na legislação para regular a atuação das ONGs no país. Entre os requerimentos aprovados, está a convocação da presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental (ISA), Déborah de Magalhães Lins, do presidente da Natura, João Paulo Brotto, e do presidente da Fundação Amazônia Sustentável, Benjamin Sicsú.

O senador Plínio Valério (PSDB-AM), presidente da CPI, afirmou que a intenção do colegiado é deixar como legado a alteração da legislação que regula a atuação das organizações na Amazônia. Segundo ele, é necessário repensar a destinação dos recursos do Fundo Amazônia, que atualmente são direcionados principalmente às ONGs.

Aldo Rebelo, profundo conhecedor da Amazônia após 40 anos de estudos e atuação política na região, apontou que o Estado oficial é anêmico e deficitário, enquanto o Estado do narcotráfico e do crime organizado tem se expandido pela região, utilizando os rios como vias de acesso para o tráfico nacional e internacional. O ex-ministro também ressaltou que jovens têm ingressado nas facções do narcotráfico devido à perseguição sofrida pelos pequenos produtores rurais por parte do Ministério Público, da Força Nacional, do IBAMA e da FUNAI.

Rebelo destacou que o Estado mais forte e dominador na região amazônica é o das ONGs, que, abastecidas com dinheiro de países europeus, têm interesses nas riquezas da Amazônia. Ele afirmou ser uma vergonha que o Ministério Público esteja a serviço das ONGs, impedindo projetos de infraestrutura e desenvolvimento na região e protegendo interesses de outros países.

O ex-ministro ressaltou que as ONGs não atuam na Amazônia apenas pelo meio ambiente, mas sim como instrumentos de interesses estrangeiros. Ele enfatizou que a história da Amazônia é marcada por conspirações, sendo a região cobiçada muito antes de ser conhecida. Rebelo citou o exemplo do Instituto Socioambiental (ISA), cujo fundador, Márcio Santilli, esvaziou a FUNAI transferindo suas atribuições para a ONG, permitindo que o ISA passasse a dominar o Alto Rio Negro através de organizações menores espalhadas pelo território.

A denúncia de Aldo Rebelo suscita debates sobre o desenvolvimento sustentável da Amazônia, a proteção ambiental e a atuação das organizações não governamentais na região. A CPI das ONGs busca investigar e compreender a influência dessas organizações no bioma amazônico, visando a implementação de mudanças que possam equilibrar os interesses socioeconômicos e a preservação ambiental.

Foto: Ascom/Plinio Valério

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