Operação Nexum: Polícia Civil mira Renan Bolsonaro em investigação de crimes

24/08/2023 as 12:52 pm

A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou nesta quinta-feira a “Operação Nexum”, uma investida enérgica visando conter atividades suspeitas relacionadas a crimes contra a fé pública, associação criminosa e delitos que prejudicam os cofres públicos locais. No âmbito dessa operação, as autoridades estão executando dois mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão em diferentes locais.

Polícia Civil

A Operação Nexum, teve como um de seus principais alvos Jair Renan, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a ação policial, foram realizadas apreensões de relevância em imóveis vinculados a Jair Renan, situados em Brasília, no Distrito Federal, e em Balneário Camboriú, estado de Santa Catarina.

O foco central da operação, conduzida pela Delegacia de Repressão aos Crimes Contra a Ordem Tributária (Dot/Decor) da PCDF, é a repressão de possíveis crimes contra a fé pública, associação criminosa e delitos prejudiciais ao erário do Distrito Federal. Como parte das medidas executadas pela polícia nesta manhã, dois mandados de prisão preventiva e cinco de busca e apreensão estão sendo cumpridos por agentes encarregados da investigação.

Destaca-se entre os alvos Maciel Carvalho, instrutor de tiro de Jair Renan, com 41 anos de idade, que foi preso. Além disso, há um mandado de prisão em aberto para Eduardo Alves dos Santos, que se encontra foragido. Maciel, conforme indicado por registros criminais, possui envolvimento em uma série de delitos que incluem falsificação de documentos, estelionato, organização criminosa, peculato, lavagem de dinheiro, corrupção ativa, uso de documento falso e disparo de arma de fogo. No decorrer deste ano, ele já foi alvo de outras duas operações da PCDF, a “Succedere”, relacionada a crimes tributários, e a “Falso Coach”, centrada no uso de documentos falsos para atividades relacionadas a armas de fogo.

A investigação em curso sugere que o suposto grupo criminoso alvo da ação operava por meio de empresas fictícias e fazia uso de identidades falsas, a exemplo da utilização do nome “Antônio Amâncio Alves Mandarrari”, para criar contas bancárias e atuar como supostos proprietários de empresas fictícias, frequentemente conhecidas como “laranjas”. A PCDF ressaltou que o modus operandi da associação criminosa envolvia a inserção de terceiros como intermediários, com o intuito de ocultar a real propriedade das empresas fictícias.

O advogado de Jair Renan, Admar Gonzaga, em declaração à CNN Brasil, expressou a surpresa de seu cliente diante das acusações e do mandado de busca e apreensão. Gonzaga informou que Jair Renan está “em casa e tranquilo”.

CPI das pirâmides

O deputado federal Glaubler Braga, representante do Psol-RJ, anunciou hoje sua intenção de apresentar um requerimento visando à convocação do empresário Jair Renan Bolsonaro, filho do ex-presidente Jair Bolsonaro. A declaração foi feita em meio à agitação provocada pela Operação Nexum da Polícia Civil do Distrito Federal (PC-DF), que teve Jair Renan Bolsonaro como um dos alvos.

O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), Aureo Ribeiro, membro do Solidariedade-RJ, confirmou que o pedido será avaliado e votado pela comissão. Ribeiro ainda enfatizou que, desde o início da CPI, nenhum requerimento proposto foi negado, reforçando a abordagem imparcial do comitê.

A manhã de hoje testemunhou a execução da Operação Nexum, que envolveu a colaboração entre a PC-DF e a Justiça de Santa Catarina. A operação foca em um grupo suspeito de envolvimento em crimes como estelionato, lavagem de dinheiro, sonegação fiscal e falsificação de documentos.

O alvo principal das ações de busca e apreensão foi Jair Renan Bolsonaro, cujos endereços foram vasculhados por agentes policiais, incluindo locais em Balneário Camboriú (SC). A operação visa desvendar práticas ilegais que, segundo as investigações, seriam executadas por meio de empresas “laranjas” e fictícias.

No centro das atenções da investigação está Maciel de Carvalho, instrutor de Jair Renan Bolsonaro e figura central no alegado esquema. Ele foi detido no decorrer da operação. Maciel é dono de um clube de tiro em Brasília, levantando suspeitas de que este estabelecimento estaria sendo usado como fachada para transações ilegais envolvendo armas.

A PC-DF também está investigando a abertura de contas bancárias em nome dos indivíduos implicados na operação, enquanto procura determinar o papel preciso de Jair Renan Bolsonaro nas atividades sob investigação.

Foto: Reprodução/Instagram

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