Governo Lula fecha mês com déficit de R$ 35,9 bilhões, no segundo pior resultado desde 1997

01/09/2023 as 6:31 pm

As finanças públicas do governo federal apresentaram um déficit de R$ 35,9 bilhões no mês de julho, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional. Este resultado representa o segundo pior desempenho para o mês desde 1997, início da série histórica do governo.

O déficit de julho de 2022 fica atrás apenas do resultado de julho de 2020, quando as contas tiveram um rombo de R$ 109,6 bilhões, influenciado pelos gastos relacionados à pandemia de Covid-19.

No mesmo mês do ano passado, o governo registrou superávit de R$ 19,7 bilhões.

A situação deficitária surge quando a arrecadação de tributos é menor do que os gastos governamentais (excluindo os pagamentos de juros da dívida pública).

O déficit das contas públicas em julho é resultado da redução real de 5,3% (R$ 8,9 bilhões) na receita do governo e do aumento real de 31,3% (R$ 46,8 bilhões) nas despesas totais.

O recuo na receita ocorreu principalmente devido à queda nos dividendos e na exploração de recursos naturais. Por outro lado, as despesas aumentaram, principalmente em benefícios previdenciários – influenciados pela antecipação do 13º salário do INSS.

Acumulado do Ano Nos primeiros sete meses de 2022, as contas do governo federal acumularam um déficit primário de R$ 78,24 bilhões. No mesmo período do ano anterior, o resultado foi um superávit de R$ 78,79 bilhões.

No mesmo intervalo, a arrecadação de impostos registrou uma queda real de 5,3%, com destaque para a redução nas receitas de concessões (-R$ 37,7 bilhões), dividendos e participações (-R$ 20,8 bilhões) e royalties (-R$ 19,1 bilhões).

A deterioração das finanças públicas neste ano está relacionada principalmente ao aumento das despesas, autorizado por meio da chamada “PEC da Transição”, aprovada no final do ano passado a pedido do governo eleito. A mudança possibilitou um aumento de R$ 168,9 bilhões nos gastos para este ano.

Para 2023, o governo estima um déficit primário de até R$ 231,5 bilhões, embora a projeção seja fechar o ano próximo a R$ 100 bilhões.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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