PF bloqueia R$ 5,7 bi em operação contra extração ilegal de ouro

20/09/2023 as 9:13 am

Na manhã desta quarta-feira, a Polícia Federal deflagrou a Operação Emboabas, uma ação coordenada em seis estados brasileiros com o objetivo de combater a extração ilegal de ouro em terras indígenas e leitos de rios, além de bloquear mais de R$ 5,7 bilhões em bens relacionados a essa atividade criminosa.

A operação resultou na prisão preventiva de duas pessoas e na realização de 16 mandados de busca e apreensão, juntamente com outras medidas cautelares, distribuídos em diversas cidades do país, incluindo Manaus, no Amazonas; Anápolis, em Goiás; Ilha Solteira, em São Paulo; Uberlândia, em Minas Gerais; Areia Branca, no Rio Grande do Norte; e Ourilândia do Norte, Tucumã e Santa Maria das Barreiras, no Pará.

O desencadeamento da Operação Emboabas teve origem no estado do Amazonas, após a prisão em flagrante de um indivíduo portando 35 kg de ouro, que, segundo informações da Polícia Federal, pretendia entregar o produto a dois cidadãos norte-americanos, sócios de uma empresa situada em Nova Iorque.

As investigações revelaram que a organização criminosa atuante nesse esquema adquire ouro de terras indígenas e leitos de rios, utilizando dragas para a extração ilegal do metal precioso. Para burlar as autoridades, os criminosos empregam métodos fraudulentos, declarando que o ouro foi extraído de acordo com permissões de lavra garimpeira (PLG) regularmente constituídas.

A Polícia Federal identificou como principal alvo da operação um indivíduo que realiza o processo conhecido como “esquentamento” do ouro, utilizando um austríaco que se naturalizou brasileiro como intermediário. Segundo as autoridades, o austríaco alega possuir mais de R$ 20 bilhões em barras de ouro, que estariam localizadas em um suposto país independente criado pelo próprio investigado.

O “esquentamento” do ouro consiste na inserção do metal extraído de maneira ilegal no mercado nacional e internacional, apresentando-o como legal e legítimo. Esse processo visa ocultar a origem criminosa do ouro e possibilitar sua comercialização de forma dissimulada.

Os indivíduos envolvidos na operação responderão por uma série de crimes, incluindo usurpação de bens da União, organização criminosa, lavagem de dinheiro, extração ilegal do ouro, contrabando, falsidade ideológica, receptação qualificada e outros delitos previstos em lei.

Foto: PF/Divulgação

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