Daniel Noboa: O jovem empresário eleito presidente do Equador

16/10/2023 as 12:02 pm

No desfecho de uma eleição presidencial historicamente marcada pelo assassinato de Fernando Villavicencio, candidato à Presidência do país, o jovem empresário Daniel Noboa, aos 35 anos, foi proclamado o vencedor das eleições no Equador. A votação ocorreu no último domingo, dia 16, e o resultado final revelou uma vitória de Noboa sobre a candidata de esquerda, Luisa González, aliada do ex-presidente Rafael Correa.

Com 90,23% dos votos apurados, Daniel Noboa conquistou uma vantagem de 4,58 pontos percentuais, com 52,29% dos votos, enquanto sua oponente, Luisa González, recebeu 47,71% do apoio popular. Essa margem foi considerada “irreversível” pela presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), Diana Atamaint.

Em números absolutos, Noboa obteve 4.855.586 votos, superando os 4.429.850 votos da candidata da Revolução Cidadã, o movimento político liderado pelo ex-presidente Rafael Correa, que governou o Equador de 2007 a 2017.

Este marco eleitoral também é notável porque Daniel Noboa se tornou o presidente eleito mais jovem da história do Equador. Enquanto isso, Luisa González almejava se tornar a primeira mulher a vencer uma eleição presidencial no país.

Daniel Noboa, empresário e ex-deputado, é herdeiro de uma das famílias mais ricas do Equador, notoriamente ligada ao setor bananeiro. Ele assume a Presidência do Equador para o período de 2021 a 2025, completando o mandato do ex-presidente conservador Guillermo Lasso, que aplicou a chamada “morte cruzada” em maio, dissolvendo a Assembleia Nacional para forçar a realização de novas eleições.

Enfrentando uma crise de segurança significativa, o novo presidente assume o cargo em um momento crítico. O Equador experimentou um aumento alarmante na violência, com a taxa de homicídios saltando de 5,8 para 25,62 por 100 mil habitantes nos últimos cinco anos até o final de 2022. Esse aumento é atribuído, em grande parte, à crescente atividade de máfias envolvidas no tráfico de drogas, já que o país se tornou um centro para o tráfico global de cocaína.

Estas eleições ficarão marcadas como as mais violentas na história do país, com o assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio sendo o episódio mais chocante. Villavicencio foi morto a tiros do lado de fora de um comício eleitoral em Quito, 11 dias antes do primeiro turno, em 20 de agosto.

Além da segurança, o novo presidente enfrentará desafios econômicos, uma vez que o país lida com um déficit crescente devido à queda nos preços do petróleo, um dos pilares da economia equatoriana. O fenômeno climático El Niño, previsto para o final do ano, também ameaça afetar a economia.

Outro obstáculo para Daniel Noboa será alcançar a governabilidade, pois terá que lidar com uma Assembleia Nacional onde o correísmo representará uma força significativa, embora não detenha maioria absoluta.

Foto: Reprodução/Instagram

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