Setor de supermercados em alerta: Desabastecimento ameaça Manaus

17/10/2023 as 9:08 am

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Amazonas (Fecomércio AM) promoveu uma reunião crucial ontem segunda-feira (16/10) com representantes dos setores de portos, terminais e transporte intermodal para discutir a estiagem sem precedentes que assola o estado. Com a cota dos rios atingindo o alarmante nível de 13,59 metros, o encontro teve como objetivo abordar a crise causada pela seca, agravada pelas altas temperaturas associadas ao fenômeno El Niño, que tem impactado significativamente a navegação e o transporte de pessoas e mercadorias ao longo dos rios amazonenses.

Sob a liderança do presidente da Fecomércio AM, Aderson Frota, a reunião reuniu representantes de importantes empresas do setor, incluindo Porto Chibatão, Aliança Navegação e Logística, Log-in Logística, Super Terminais, Transportes Bertolini e Frette Intermodal. Além disso, estiveram presentes diretores da entidade, presidentes de sindicatos patronais, empresários do estado e representantes de entidades de classe como a Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (Fieam) e a Associação Comercial do Amazonas (ACA).

O foco principal da reunião foi a busca por medidas emergenciais que possam amenizar os impactos da estiagem e sensibilizar as autoridades competentes. O presidente Aderson Frota destacou a preocupação da Fecomércio AM com os efeitos devastadores que estão afetando a população, principalmente nas áreas mais remotas do Amazonas. “O que nos preocupa não é defender a economia, mas, acima de tudo, o olhar para o povo que é o mais prejudicado, principalmente no interior do Amazonas. Pessoas que estão sofrendo com a falta de água, com a falta de alimentos, entre outras necessidades. A Fecomércio está preocupada com os efeitos que vão atingir a população mais carente neste momento”, afirmou o presidente Aderson Frota.

Durante a reunião, foram identificados dois pontos críticos e urgentes. O primeiro é a necessidade de realizar a dragagem da foz do Rio Madeira, que é vital para a navegação fluvial na região. O segundo ponto é a reconstrução da BR-319, uma rodovia fundamental para a integração do Amazonas com o restante do Brasil. Esta rodovia desempenha um papel essencial no transporte de mercadorias e pessoas, bem como no escoamento da produção agropecuária, industrial e comercial do estado, conforme explicou o presidente Aderson Frota.

“No momento em que a mercadoria, através do rodofluvial, precisa sair de Porto Velho, a embarcação não tem capacidade de navegação pelos bancos de areia e pela falta de dragagem que é fundamental neste momento. Durante a reunião, tivemos conhecimento que o DNIT já tem um programa aprovado para a realização dessa dragagem que precisa ser feita urgentemente”, enfatizou o presidente.

O empresário Luiz Gastaldi, sócio-fundador do Grupo Nova Era, relatou que, nos últimos dez dias, navios estão retornando com cargas por não conseguirem atracar nos portos de Manaus. Ele também ressaltou a crescente demanda por alimentos, especialmente produtos perecíveis e congelados, nas últimas semanas, e expressou preocupação com a possibilidade de desabastecimento nas prateleiras dos supermercados.

“A gente nota um aumento de venda. Creio que já é um medo da população com a escassez que é uma situação, infelizmente, iminente de ocorrer. Vai depender muito da volta das águas e também de um problema que, quando o vice-presidente Alckmin esteve aqui ele prometeu que a solução seria fazer dragagem dos rios, mas já tem dias que ele veio e essa dragagem parece que não saiu da boa vontade e boa vontade não vai resolver o problema”, alertou o empresário.

Fotos: Reunião Fecomércio – Ascom/Fecomércio | Supermercado – Fernanda Cruz/Agência Brasil

*Com informações da Fecomércio

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