Furto de metralhadoras mantém tropa em quarentena há uma semana

17/10/2023 as 11:26 pm

Há uma semana, desde o dia 10 de outubro, 480 militares do Exército brasileiro estão confinados na base militar de Barueri, na região metropolitana de São Paulo, devido ao misterioso desaparecimento de 21 metralhadoras da unidade. Este incidente, que tem intrigado as autoridades, coloca em xeque a segurança do Arsenal de Guerra de São Paulo.

O Exército, em um esforço para esclarecer os eventos ocorridos, está conduzindo uma investigação minuciosa para determinar se houve um furto, um desvio ou se uma falha na contagem anterior das armas foi o cerne do problema. Até o momento, apenas 35 militares prestaram depoimento às autoridades, mas todos os esforços estão sendo feitos para ouvir toda a tropa a fim de desvendar o mistério.

Entre as armas desaparecidas, destacam-se 13 metralhadoras norte-americanas calibre 50, com a capacidade de abater aeronaves, e mais 8 armas belgas calibre 7,62. Segundo o Comando Militar, essas armas estavam consideradas inoperantes, seja por mau funcionamento ou por estarem em processo de manutenção.

Este episódio chama a atenção por ser o maior desvio de armas registrado em uma base do Exército brasileiro desde 2009, conforme apontado pelo Instituto Sou da Paz. Naquela ocasião, sete fuzis foram roubados de um batalhão em Caçapava, São Paulo, mas a polícia conseguiu recuperar todas as armas e prender suspeitos do crime, inclusive um militar.

A nota oficial emitida pelo Comando Militar do Sudeste informa que, logo após a inspeção do Arsenal de Guerra de São Paulo no dia 10 de outubro, foi detectada uma discrepância no controle das 13 metralhadoras calibre 50 e das 8 calibre 7,62, que estavam inservíveis e foram recolhidas para manutenção. Diante dessa situação, foi imediatamente instaurado um Inquérito Policial Militar (IPM) para apurar todos os detalhes do ocorrido.

Aproximadamente 480 militares estão atualmente aquartelados, aguardando as ações necessárias no decorrer da investigação, conforme previsto na legislação militar. A coleta de depoimentos dos militares faz parte do processo investigativo, com o intuito de identificar informações cruciais para solucionar o caso.

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

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