Crise da Seca na Amazônia: Rio Negro não sofreu variações em 24 horas

28/10/2023 as 1:08 pm

Os rios da Bacia do Amazonas, que enfrentaram uma das secas mais severas da história, estão começando a dar sinais de estabilização, indicando que o pico da crise pode estar próximo do fim. O Serviço Geológico do Brasil (SGB) divulgou o 45º Boletim de Monitoramento Hidrológico da Bacia do Amazonas, revelando que alguns rios estão registrando níveis mais estáveis.

Em Manaus, o Rio Negro permaneceu na cota de 12,7 metros nas últimas 24 horas, após ter atingido uma nova mínima histórica de 12,7 metros. Esse cenário traz esperança de que a seca, que afetou a região de forma devastadora, possa começar a atenuar-se nas próximas semanas.

O coordenador-executivo do Sistema de Alerta Hidrológico (SAH) do SGB, Artur Matos, enfatiza que a estabilização não significa que todos os problemas estão resolvidos, mas é um sinal positivo em meio à crise. O processo de estabilização está ligado às previsões de aumento das chuvas nos Andes e na região amazônica, o que está impactando gradualmente os rios.

Um dos rios que demonstra sinais de estabilização é o Solimões, em Tabatinga (AM), que deixou de registrar descidas diárias de 10 centímetros e agora apresenta elevações. A estação do Rio Solimões em Tabatinga iniciou a semana com subidas e registrou a cota de 1,20 metro nesta sexta-feira (27).

As previsões hidrometeorológicas indicam que, com mais chuvas na região, o nível dos rios continuará a subir nas próximas semanas. Isso traz alívio após o Rio Solimões ter atingido o segundo pior nível da história, com -75 centímetros. Em Fonte Boa (AM), o rio apresenta uma média diária de elevação de 12 centímetros, enquanto em Itapéua (PA), subiu uma média de 6 centímetros nos últimos dias.

A Bacia do Rio Branco, em Roraima, também mostra sinais de estabilização. O Rio Branco, em Boa Vista (RR), teve subidas no início da semana e agora se mantém em 1,53 metro. Em Caracaraí (RR), o rio continua a subir, registrando uma cota de 2,21 metros.

O Rio Amazonas, nas estações de Itacoatiara (AM), Parintins (AM) e Óbidos (PA), apresentou redução nas descidas e aumento em Almeirim, com 2,84 metros. Parintins registrou 2,11 metros, Itacoatiara, 38 centímetros, e Óbidos, -80 centímetros.

Na Bacia do Rio Purus, o Rio Acre, em Rio Branco (AC), atingiu 1,53 metro e mostra sinais de subida. Em Beruri (AM), o rio está em 4,07 metros.

O Rio Madeira, em Porto Velho (RO), está se recuperando lentamente, com oscilações recentes e uma média de redução de 4 centímetros por dia, alcançando 1,53 metro. Em Humaitá (AM), o rio está em 9,50 metros, após ter registrado uma mínima histórica de 8,10 metros.

Esse cenário traz esperança para as comunidades afetadas pela seca, pois indica que a situação está evoluindo de forma positiva, embora os desafios ainda sejam consideráveis. O monitoramento continuará a ser essencial para acompanhar de perto a recuperação das condições dos rios na região amazônica.

Foto: Antonio Lima/ Secom

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