Israel e Hamas firmam acordo para libertar 50 reféns

22/11/2023 as 2:10 pm

Em uma reviravolta significativa nos eventos recentes, o governo de Israel anunciou na terça-feira (21) um acordo com o Hamas para a libertação de reféns detidos na Faixa de Gaza. Este acordo notável prevê a libertação de pelo menos 50 reféns, com ênfase na liberação de crianças e suas mães, e abre caminho para uma trégua temporária no conflito.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu viu a maior parte de seu governo apoiar esta decisão, com a exceção notável dos ministros do Partido do Poder Judaico (Otzma Yehudit) e do ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir. Segundo informações, o acordo contempla um cessar-fogo de quatro dias, que pode ser estendido, marcando um período de calma na região volátil.

De acordo com fontes governamentais, os reféns serão transportados para o Egito através da passagem de Rafah e, subsequentemente, entregues a Israel. Em troca, Israel deverá libertar cerca de 150 prisioneiros palestinos, focando principalmente em mulheres e menores de idade que não foram condenados por crimes graves.

O governo israelense destacou em uma declaração sua responsabilidade de garantir a segurança de todos os reféns. Além disso, para cada dez reféns adicionais libertados, o cessar-fogo será prorrogado por um dia adicional.

Em uma concessão adicional, as Forças de Defesa de Israel concordaram em não sobrevoar a Faixa de Gaza durante seis horas diárias enquanto a trégua durar. Este acordo visa facilitar a localização dos reféns mantidos por outros grupos na região, como a Jihad Islâmica.

Estima-se que o Hamas detenha entre 210 e 240 reféns, enquanto a Jihad Islâmica Palestina controla aproximadamente 30. Além disso, o pacto contempla o fornecimento de ajuda humanitária à Faixa de Gaza, incluindo alimentos, assistência médica e combustível.

A trégua está prevista para começar nesta quinta-feira (23), dando tempo para quaisquer recursos contra a decisão serem apresentados à Suprema Corte de Israel. O acordo, no entanto, exclui a libertação de soldados ou homens adultos, e não prevê a recuperação dos corpos de reféns falecidos. Homens idosos e reféns de nacionalidade estrangeira poderão ser incluídos na troca, conforme relatado pela imprensa local.

O primeiro-ministro Netanyahu, antes da reunião que formalizou o acordo, assegurou que a Cruz Vermelha visitaria os reféns, proporcionando assistência médica necessária.

Foto: Abir Sultan/Agência Lusa

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