Henry Kissinger, ex-secretário de estado e prêmio Nobel da Paz, morre aos 100 anos

30/11/2023 as 11:12 am

O notável estadista americano Henry Kissinger, que serviu como secretário de Estado e conselheiro de segurança nacional sob os presidentes Richard Nixon e Gerald Ford, faleceu ontem aos 100 anos. Kissinger, uma figura central na diplomacia americana do século XX, morreu em sua casa em Connecticut.

Nascido Heinz Alfred Kissinger em 1923 na Alemanha, ele emigrou para os Estados Unidos na adolescência, naturalizando-se americano em 1943. Após servir no Exército dos EUA durante a Segunda Guerra Mundial, Kissinger se destacou academicamente, obtendo mestrado e doutorado em Harvard.

Sua carreira política ganhou destaque nacional em 1968, quando o então presidente eleito Nixon o nomeou conselheiro de segurança nacional. Kissinger desempenhou um papel crucial na gestão de diversas crises internacionais, incluindo a prolongada Guerra do Vietnã.

Em 1973, Kissinger recebeu o Prêmio Nobel da Paz por seu papel na negociação dos Acordos de Paz de Paris, que buscaram encerrar o conflito no Vietnã. Essa conquista, contudo, foi ofuscada por controvérsias, incluindo o bombardeio secreto dos EUA ao Camboja e críticas à sua abordagem da diplomacia realista.

O estadista manteve-se influente mesmo após deixar o cargo, especialmente em questões relacionadas à política externa. Seus esforços diplomáticos mais notáveis incluíram a abertura da China, o fortalecimento das relações com o Oriente Médio e negociações de controle de armas com a União Soviética.

Em julho de 2023, Kissinger realizou uma visita surpresa a Pequim, encontrando-se com o presidente chinês, Xi Jinping, em um de seus últimos atos diplomáticos.

Apesar de sua influência indiscutível, Kissinger permaneceu uma figura polarizadora, admirado por muitos por sua habilidade e visão estratégica, mas criticado por outros como um arquiteto de guerras e conflitos.

Sua morte marca o fim de uma era na política externa dos EUA, e sua vasta carreira será lembrada tanto por suas conquistas quanto pelas controvérsias que a acompanharam.

Foto: Reuters/Fabrizio Bensch

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