Neste fim de semana, passei pensando sobre velocidade ou o tempo que as coisas levam para acontecer. Particularmente, o que despertou essa reflexão foi abrir mão do meu jejum. Sou adepta de jejuns há uns bons 8 anos, com mais intensidade nos últimos 3 anos.
Treinei bastante, fiz muitos ajustes antes, durante e após o jejum. Essa prática me trouxe grande autoconhecimento: questões físicas e filosóficas, emocionais, espirituais e metabólicas, todas emaranhadas no jejum. Eu havia me preparado para 22 dias, mas realizei quase 15 dias, nem a metade do que sei que posso. Porém, foi o que meu corpo e minha mente aguentaram. Passei por muitas mudanças e muito estresse, pressão nos últimos 3 meses. O jejum me acalma, e ele cumpriu seu propósito nisso. Mas eu já não estava bem, buscava forças. Me senti bem cansada.
Resolvi abrir mão do meu planejamento e deixar nas mãos de Deus. Ele sabe o que há em meu coração. Tantos momentos em que precisei esperar o tempo certo, o tempo determinado, o tempo de Deus, como você queira chamar. Mas a vida é feita de esperas. Nem tudo está ao alcance no momento em que queremos ou decidimos. Afinal, que graça a vida teria? É necessário conquistar, abster-se, tomar sua cruz e seguir.
Se o próprio Deus se fez pequeno, nascendo em uma manjedoura, encarnando-se com a missão de salvação, de cordeiro imolado, entregando-se voluntariamente e obedientemente à tortura e morte de cruz, quem seria eu para ser tão destacada e necessitada de reconhecimento? Não, não há desespero na espera, se nos conhecermos, se houver fé e objetivo. O caminho a ser seguido torna-se livre! Sim, há liberdade na espera. Quando nós sabemos e acreditamos em quem somos e agimos de acordo com nossos valores e palavras. Assim como João Batista era voz no deserto, torna-se palavra e ação, e a palavra torna-se vida.
Luciana Medeiros Especialista em gestão estratégica, observadora do comportamento humano e da vida.
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