Bolsonaro indica Tarcísio e mais 14 em processo no STF por suposta tentativa de golpe

29/04/2025 as 10:54 pm

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta segunda-feira (28), ao Supremo Tribunal Federal (STF), a lista com 15 testemunhas de defesa no processo em que é réu por tentativa de golpe de Estado. A ação penal, em tramitação na Corte desde março, investiga uma suposta organização criminosa que teria planejado a abolição violenta do Estado Democrático de Direito.

Entre os nomes indicados estão o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello (PL-RJ), os senadores Rogério Marinho (PL-RN), Ciro Nogueira (PP-PI) e Hamilton Mourão (Republicanos-RS), além de integrantes das Forças Armadas e o ex-diretor de tecnologia do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Giuseppe Janino.

A defesa foi apresentada após Bolsonaro ser intimado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital DF Star, em Brasília, onde está internado para se recuperar de uma cirurgia intestinal. Seus advogados criticaram a forma como a intimação foi feita, alegando desrespeito ao Código de Processo Civil e às orientações médicas.

A intimação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, que determinou a notificação de todos os denunciados do chamado “Núcleo 1” da investigação. Segundo o STF, o atraso na citação de Bolsonaro ocorreu por razões médicas, mas a realização de uma live na UTI, no dia 22, levou à autorização para cumprimento da medida no hospital.

Bolsonaro e outros sete investigados se tornaram réus em março, após decisão da Primeira Turma do STF. Eles são acusados de crimes como tentativa de golpe, organização criminosa armada, dano qualificado e grave ameaça. De acordo com a Procuradoria-Geral da República (PGR), o ex-presidente tinha conhecimento e participação direta no plano batizado de “Punhal Verde Amarelo”, que previa ações como a prisão de autoridades e a derrubada do governo eleito.

A investigação também menciona a chamada “minuta do golpe”, um rascunho de decreto que autorizaria uma intervenção militar e a anulação do resultado das eleições de 2022. O documento foi apreendido durante uma operação da Polícia Federal na residência do ex-ministro Anderson Torres.

Com a apresentação das testemunhas, o processo avança para a fase de instrução, na qual o STF analisará as provas e decidirá os próximos passos da ação penal.

Foto: Alan Santos/PR

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