China acusa EUA de agravar cenário de guerra com Taiwan após sanção de lei de defesa

25/12/2025 as 7:49 pm

A China acusou os Estados Unidos, nesta quinta-feira (25), de intensificarem o risco de conflito no Estreito de Taiwan após a sanção da Lei de Autorização de Defesa Nacional para 2026, assinada pelo presidente Donald Trump. A legislação prevê o aumento das vendas de armamentos a Taiwan, o que, segundo Pequim, compromete a estabilidade regional e interfere diretamente nos assuntos internos do país asiático.

O posicionamento foi apresentado durante a coletiva mensal do Ministério da Defesa da China, realizada em Pequim. O governo chinês considera que o conteúdo da nova legislação aprovada por Washington amplia o apoio às forças pró-independência na ilha e viola compromissos anteriormente assumidos pelos Estados Unidos. Para Pequim, a medida representa um estímulo perigoso e contribui para a escalada de tensão militar na região.

Segundo o Ministério da Defesa chinês, as ações norte-americanas estão acelerando o avanço para um cenário de guerra e afetando diretamente a paz no Estreito de Taiwan. O governo chinês também acusou as autoridades de Taiwan de ignorarem a segurança da população local ao reforçarem laços militares com os Estados Unidos.

Ainda de acordo com a posição oficial de Pequim, os Estados Unidos estariam utilizando Taiwan como instrumento de contenção geopolítica contra a China, estratégia considerada insustentável pelo regime chinês. O governo chinês também cobrou de Washington uma postura mais cautelosa nas questões que envolvem a ilha e a adoção de medidas concretas para preservar a estabilidade nas relações bilaterais e entre os respectivos exércitos.

O episódio ocorre em meio ao aumento da tensão entre as duas potências globais, especialmente após sucessivos gestos de apoio político e militar dos Estados Unidos ao governo de Taipei. Apesar de não manter relações diplomáticas formais com a ilha, Washington segue como principal fornecedor de armas para Taiwan e adota uma política de ambiguidade estratégica quanto a uma eventual resposta em caso de conflito com a China.

Pequim considera Taiwan parte inalienável de seu território e não descarta o uso da força para garantir a reunificação. Já o governo da ilha defende que apenas os taiwaneses têm o direito de decidir sobre seu futuro político.

Foto: Flickr/The White House/Daniel Torok

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