Presidente da Colômbia ordena que Marinha detenha navios com carvão destinados a Israel

25/07/2025 as 8:20 pm

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, determinou na última quinta-feira (24), durante cerimônia oficial, que a Marinha do país intercepte e retenha embarcações transportando carvão com destino a Israel. A medida foi anunciada em protesto contra a ofensiva militar israelense na Faixa de Gaza e reforça a postura do governo colombiano de repúdio às ações que, segundo Petro, configuram genocídio.

A ordem presidencial também foi publicada na rede X (antigo Twitter), onde o chefe de Estado declarou: “Voltaram a enviar hoje um navio carregado de carvão com destino a Israel. Um desafio ao meu governo (…) A Marinha receberá ordem por escrito para deter navios com destino a Israel”. Em outra mensagem, afirmou: “Não sai uma tonelada de carvão para Israel, e assumo a responsabilidade”.

A exportação de carvão colombiano ao país já havia sido suspensa por decreto em agosto de 2024, com exceções apenas para contratos previamente firmados. No entanto, o presidente acusa membros do próprio governo de desrespeitarem a determinação.

Desde que rompeu relações diplomáticas com Israel, em 2024, Petro tem mantido uma postura crítica em relação ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, a quem chama de “genocida”. Além de bloquear o envio de carvão, o governo suspendeu a compra de armamentos israelenses.

Durante o anúncio, Petro também solicitou uma reunião emergencial com sindicatos do setor carbonífero e com representantes das comunidades indígenas afetadas pela mineração, como os Wayúu, que vivem próximos à mina de Cerrejón, no nordeste do país. A região abriga a maior jazida de carvão a céu aberto da América Latina e é alvo frequente de críticas por seus impactos socioambientais.

De acordo com dados recentes do Produto Interno Bruto colombiano, o setor de mineração acumula cinco trimestres consecutivos de retração. A atividade carbonífera está entre as mais afetadas, tanto pela queda nos preços internacionais quanto pelas políticas ambientais da atual gestão, que defende uma transição energética com foco em fontes renováveis.

Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

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