ECONOMIA

Crise no comércio: Vendas despencam 1% e preocupam especialistas

REDAÇÃO

14/07/2023 as 11:28 am

O comércio varejista apresentou uma queda de 1% nas vendas em maio, em comparação com o mês anterior, de acordo com a Pesquisa Mensal do Comércio divulgada pelo IBGE. Esse é o segundo recuo consecutivo do setor, que já havia registrado uma diminuição de 0,1% em abril. Em relação a maio do ano passado, também houve uma retração de 1%. No entanto, no acumulado do ano, o comércio varejista ainda registra uma alta de 1,3%, e nos últimos 12 meses, uma alta de 0,8%.

A queda no mês de maio foi impulsionada principalmente pela redução nas vendas de tecidos, vestuário e calçados (-3,3%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-3,2%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-2,3%) e móveis e eletrodomésticos (-0,7%). Por outro lado, houve crescimento nas vendas de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (2,3%), livros, jornais, revistas e papelaria (1,7%), combustíveis e lubrificantes (1,4%) e equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (1,1%).

A receita nominal do comércio varejista apresentou uma queda de 2,1% de abril para maio, mas teve aumentos de 0,3% em relação a maio de 2022, 5,5% no acumulado do ano e 9,6% no acumulado de 12 meses.

No setor varejista ampliado, que inclui materiais de construção e venda de veículos e peças, houve uma queda de 1,1% nas vendas em maio. O segmento de veículos, motos, partes e peças teve um crescimento de 2,1%, enquanto os materiais de construção recuaram 0,9%. No acumulado do ano, o varejo ampliado registra uma alta de 3,1%, e nos últimos 12 meses, uma alta de 0,2%.

O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, atribui a queda no volume de vendas do varejo à redução do crédito para as famílias. Segundo ele, o crédito em queda tem inibido o consumo, afetando principalmente o setor de alimentos e bebidas. Além disso, o fechamento de lojas físicas e a disponibilidade de renda também influenciaram nas quedas nas vendas dos setores de vestuário e outros artigos de uso pessoal. A alta expressiva em abril também contribui para a base de comparação negativa em maio.

Foto: Arquivo/Agência Brasil

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