CIDADE

Delegado do AM investigado por sequestro e tortura tem prisão revogada

REDAÇÃO

24/05/2025 as 10:06 pm

A Justiça de Roraima revogou, na última sexta-feira (23), em Boa Vista, a prisão temporária do delegado Adriano Félix Claudino da Silva, da Polícia Civil do Amazonas, e da escrivã Adriana Souza dos Santos, lotada na Polícia Civil de Roraima. Ambos estavam detidos desde a última quarta-feira (22), quando foi deflagrada a Operação Jeremias 22:17, conduzida pela Polícia Federal. A investigação apura a atuação de um grupo criminoso suspeito de envolvimento em sequestro, tortura e prestação ilegal de serviços de segurança privada.

A decisão judicial considerou que os objetivos da prisão temporária foram alcançados e que não há mais risco à condução do processo, especialmente no que diz respeito à coleta de provas. Com isso, os dois investigados foram liberados, mas permanecem submetidos a medidas cautelares. Entre as restrições impostas estão o comparecimento periódico à Justiça, a proibição de contato com outros suspeitos, a vedação de se ausentarem da comarca por mais de 15 dias sem autorização judicial e a suspensão do exercício de suas funções públicas.

Embora as prisões de Adriano Félix e Adriana Souza tenham sido revogadas, a Justiça manteve a custódia de outros quatro suspeitos. De acordo com a Polícia Federal, esses investigados teriam adotado comportamentos que dificultaram o avanço das apurações, como a recusa em fornecer senhas de seus aparelhos celulares e possíveis tentativas de destruir provas.

A Operação Jeremias 22:17 foi executada simultaneamente em cinco estados — Roraima, Amazonas, Bahia, São Paulo e Rio Grande do Sul — com apoio do Ministério Público de Roraima. No total, foram cumpridos sete mandados de prisão temporária e 13 de busca e apreensão. Segundo a Polícia Federal, o grupo, composto por agentes civis e militares, teria sequestrado e torturado um homem em fevereiro de 2023, no município de Caracaraí (RR), em uma tentativa de obter informações sobre o paradeiro de uma carga de cassiterita supostamente roubada. A vítima relatou ter sofrido agressões físicas e choques elétricos antes de ser libertada.

As investigações continuam, e a Polícia Federal não descarta a realização de novas diligências ou eventuais desdobramentos no caso.

Foto: Divulgação

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