Honda e Nissan podem formar a terceira maior montadora do mundo

22/12/2024 as 7:39 pm

O mercado automotivo global pode estar à beira de uma transformação com a potencial fusão entre a Honda e a Nissan. Caso o acordo seja concretizado, ele posicionaria o novo grupo como a terceira maior montadora do mundo em volume de vendas, ultrapassando a Hyundai, com um total combinado de 7,5 milhões de unidades vendidas no último ano.

A união entre as duas gigantes japonesas é vista como uma estratégia para enfrentar desafios comuns, como a perda de mercado na China, dificuldades na evolução dos veículos elétricos e os altos custos envolvidos nessa transição. Especialistas do setor avaliam que a fusão poderia permitir uma partilha eficiente de recursos e conhecimento tecnológico, fortalecendo ambas as empresas.

No entanto, Carlos Ghosn, ex-CEO da Nissan, em entrevista à Bloomberg na última sexta-feira (20), descreveu a fusão como uma “jogada desesperada”. Segundo Ghosn, “Não é um acordo pragmático porque, francamente, as sinergias entre as duas empresas são difíceis de encontrar. Não há praticamente nenhuma [característica] complementar entre as duas empresas. Elas estão nos mesmos mercados. Elas têm os mesmos produtos. As marcas são muito, muito semelhantes.”

Ghosn também sugeriu que a fusão poderia estar sendo pressionada pelo Ministério da Economia, Comércio e Indústria do Japão (METI) para fortalecer a economia japonesa, uma situação que a Honda, supostamente, não favorece. “Na minha opinião, não há lógica industrial nisso, mas há um momento em que é preciso escolher entre desempenho e controle. Obviamente, se você puder ter os dois, é melhor. Mas há momentos em que é preciso escolher e, sem dúvida alguma, com a METI e tudo o que sei sobre ela, eles preferem o controle ao desempenho.”

O ex-CEO também abordou os desafios internos que uma fusão implicaria, dada a forte ênfase de ambas as empresas em suas capacidades de engenharia. “Você precisa entender que a Honda é uma organização de engenharia, é muito forte em engenharia. E a Nissan tem muito orgulho de sua própria engenharia. Portanto, a batalha aqui é tentar decidir quais tecnologias serão adotadas pela nova empresa – se for uma fusão – ou pela nova aliança. Posso lhe dizer que será muito difícil.”

Foto: Reprodução

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