Relatório revela 4 mil garimpos ilegais contaminando a amazônia

08/08/2023 as 3:26 pm

Um novo relatório divulgado pela Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) apontou para uma situação alarmante: mais de 4 mil garimpos ilegais estão poluindo rios e comunidades na região amazônica com mercúrio. O uso indiscriminado desse metal pesado nos garimpos ilegais tem gerado sérias consequências para o ecossistema e a saúde das populações locais.

De acordo com o levantamento realizado pela OTCA, esses garimpos ilegais despejam mais de 150 toneladas de mercúrio por ano na região da Bacia Amazônica. Esse cenário de contaminação tem acendido um alerta quanto aos danos ambientais e de saúde pública que estão sendo causados.

Um aspecto crucial abordado no relatório é a contaminação dos rios, que são fonte de subsistência para muitas comunidades ribeirinhas e indígenas. A ingestão de peixes contaminados tem exposto essas populações ao risco de intoxicação por mercúrio. A concentração desse metal tem excedido os limites estabelecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), colocando em risco a saúde dessas comunidades.

A “Declaração de Belém”, documento que será assinado pelos líderes dos países participantes da Cúpula da Amazônia, pretende dar atenção especial ao uso de mercúrio nos garimpos ilegais. A declaração visa buscar compromissos conjuntos para enfrentar o problema dos garimpos ilegais e reduzir a contaminação por mercúrio na região.

O diretor-executivo da OTCA, embaixador Calos Lazary, destacou a importância da cooperação entre os países amazônicos para lidar com esses desafios comuns. Ele ressaltou que a questão do mercúrio é fundamental e requer a ação conjunta de todos os países da região.

A contaminação por mercúrio tem impactos significativos, prejudicando o sistema nervoso, o trato digestivo e o sistema imunológico das pessoas. Em casos mais graves, pode resultar em doenças nos rins e nos pulmões. Além disso, mulheres grávidas expostas ao mercúrio podem gerar bebês com sérios problemas de saúde.

O relatório também aponta que a concentração de mercúrio nos peixes da região ultrapassa os limites estabelecidos pela OMS, o que reforça a gravidade do problema.

Foto: Nacho Doce

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