CIDADE

Justiça condena norte-americano por exploração sexual no AM

REDAÇÃO

07/07/2023 as 2:26 pm

A Justiça Federal do Amazonas proferiu a condenação de quatro pessoas, incluindo um norte-americano, por crimes de favorecimento à prostituição e exploração sexual. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os delitos ocorreram entre 2005 e 2007, envolvendo vítimas brasileiras, incluindo indígenas, ribeirinhas e menores de idade.

Uma das vítimas chegou a engravidar como resultado dos abusos sofridos. O MPF revelou que o grupo criminoso vendia pacotes turísticos de pesca esportiva para residentes dos Estados Unidos, com um dos destinos sendo a região do Rio Amazonas. Os crimes aconteciam nas cidades de Autazes e Barcelos, no estado do Amazonas.

Durante os passeios, os turistas eram oferecidos encontros sexuais com garotas brasileiras, incluindo indígenas, ribeirinhas e menores de idade, conforme destacado pelo MPF.

A organização criminosa era composta por cinco pessoas: dois sócios, um deles o norte-americano proprietário de uma empresa de turismo sediada na Geórgia, EUA, e o outro brasileiro, dono das embarcações utilizadas nos passeios; dois gerentes operacionais responsáveis por funções administrativas, recrutamento das vítimas e atuação como intérpretes para os turistas estrangeiros; e um guia de pesca encarregado de pilotar a embarcação e prestar serviços gerais.

Devido à idade avançada do sócio brasileiro, os crimes prescreveram, visto que o MPF recebeu a denúncia apenas em 2011.

As investigações confirmaram os relatos das vítimas por meio de depoimentos que detalharam a dinâmica da exploração sexual e a atuação dos responsáveis. A Polícia Federal também realizou buscas e registrou em vídeo o embarque das mulheres em uma das festas promovidas pelo grupo. Durante a investigação, a polícia teve acesso a um CD contendo fotografias de natureza sexual das mulheres a bordo dos barcos, junto aos turistas.

Os quatro réus foram condenados pelos crimes de favorecimento à prostituição (Art. 228 do Código Penal) e exploração sexual de menor (Art. 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente). As penas foram agravadas pela quantidade de vezes em que as vítimas foram submetidas à prática da prostituição, totalizando onze ocorrências identificadas durante o processo.

O sócio-administrador da empresa de turismo norte-americana recebeu uma pena de 92 anos e 2 meses de prisão, enquanto os dois gerentes operacionais foram condenados a 63 e 57 anos de prisão, e o guia de pesca obteve uma pena de 69 anos de reclusão.

O MPF ressaltou que os réus são considerados inocentes até que haja uma decisão penal definitiva que comprove sua culpa, ou seja, quando não houver mais recursos a serem apresentados. As identidades dos réus não foram divulgadas pelo Ministério Público Federal.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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