PF investiga desvio de R$ 6,3 bilhões no INSS, e Justiça afasta presidente

23/04/2025 as 3:32 pm

O presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Alessandro Stefanutto, foi afastado do cargo nesta quarta-feira (23) por decisão judicial, após a deflagração de uma operação da Polícia Federal (PF) que investiga um esquema de descontos indevidos aplicados em aposentadorias e pensões. A ação, batizada de Operação Sem Desconto, foi realizada em vários estados e no Distrito Federal, com o objetivo de desarticular uma rede de fraudes que, segundo a PF, causou um prejuízo estimado em R$ 6,3 bilhões aos cofres públicos.

A investigação identificou a realização de cobranças não autorizadas de mensalidades associativas, debitadas diretamente dos benefícios previdenciários. “As investigações identificaram a existência de irregularidades relacionadas aos descontos de mensalidades associativas aplicados sobre os benefícios previdenciários, principalmente aposentadorias e pensões, concedidos pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)”, informou a PF em nota oficial.

A operação contou com cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da Controladoria-Geral da União (CGU), que cumpriram 211 mandados de busca e apreensão, seis de prisão temporária e ordens de bloqueio de bens que ultrapassam R$ 1 bilhão. As ações ocorreram nos estados de Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, Sergipe e no Distrito Federal.

Além do afastamento de Stefanutto, outros seis servidores públicos foram retirados de suas funções por suspeita de envolvimento no esquema. Os investigados poderão responder por crimes como corrupção ativa e passiva, falsificação de documentos, violação de sigilo funcional, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

O caso foi apresentado pessoalmente pelo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), durante reunião no Palácio da Alvorada. As investigações prosseguem com a análise dos documentos apreendidos e o rastreamento dos recursos desviados.

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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